Referendado pelo chefe

Goleiro Max Walef arrancou elogios de um especialista na posição, o seu técnico, Rogério Ceni, e aguarda chances

Substituir um dos titulares absolutos da equipe não é fácil. Mas o goleiro Max Walef, que sempre foi a terceira ou quarta opção do Fortaleza para a posição, viu seu trabalho ser reconhecido ao ter uma chance no jogo contra o São Bento/SP, com a contusão de Marcelo Boeck. O Leão venceu, por 2 a 1, na Arena Castelão, pela 29ª rodada da Série B.

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Aos 11 minutos do segundo tempo, Boeck sentiu um trauma direto na região lombar e teve que sair. Max Walef viu cair em suas mãos a chance que tanto aguardava, em nove anos de agremiação.

Mostrou tranquilidade desde quando foi chamado para entrar e aguentou 39 minutos da etapa complementar - com os acréscimos - e saiu de campo aplaudido, como também o time inteiro, pela vitória por 2 a 1 e a "gordura" que se formou novamente na liderança do campeonato.

"Eu mostrei confiança nos treinamentos e tenho um estilo de jogo muito parecido com o Marcelo, muita participação com os pés e tranquilidade, que são coisas que o Rogério pede. Eu trabalho todo dia como se fosse o meu último treino", disse o goleiro, cujo contrato fica encerrado no mês de novembro.

Max está no clube desde 2009, quando chegou de Teresina/PI, sua cidade natal. Agora, já são 19 partidas com a camisa tricolor e ele já jogou nas finais do Campeonato Cearense de 2016, por conta de lesões nos titulares da posição, na época.

"Precisou chegar o Rogério Ceni para reconhecer o trabalho que fazemos na base, pois nós goleiros, somos os mais desacreditados por muitos", disse ele.

Fala, professor

A atuação de Max Walef agradou ao técnico Rogério Ceni, que acabou voltando no tempo, ao ver aquele garoto, embora com 24 anos, ser uma reedição de sua estreia no gol do São Paulo. "Primeiro, que eu gosto muito do Max. Eu disse a ele: 'Faça o que você já faz nos treinos'. Eu entrei no profissional em situação parecida com a dele. Era um São Paulo x Bahia, no Morumbi, e o titular Zetti sentiu uma lesão no intervalo. Eu tive que entrar. Mas confesso que achei o Max mais calmo do que eu, que tinha 22, 23 anos. Ganhamos de 1 a 0 nesse jogo, que era pelo Brasileiro", disse Rogério Ceni, que não viu apenas qualidades psicológicas no atleta. "Eu só posso registrar a forma como ele entrou, a personalidade que ele teve, a calma e ainda tem uma saídas de gol muito boas. Teve uma bola fora da pequena área, na qual ele apresentou uma saída de gol de altíssimo nível", elogiou Ceni.

Marcelo Boeck e Matheus Inácio, os mais experientes, estão machucados. Novato, Gabriel Félix aguarda oportunidade.