Felipão festejado. Lisca festejado. Rogério Ceni festejado. Marcelo Vilar festejado. Os técnicos, de certa época para cá, alcançaram um grau de importância tão grande que, não raro, ultrapassa até o grau de importância dos jogadores. Mas as glórias dos treinadores são efêmeras demais. Por maiores que tenham sido, são deixadas para trás à primeira sequência de insucessos. Foi assim com o Lisca. Salvou o Vozão da queda para a Série C em 2015, mas foi demitido pelo mesmo Vozão em 2016. Agora, volta à glória maior. O mundo do futebol gira depressa. Felipão tinha sido sepultado com a Seleção Brasileira em 2014. A goleada sofrida diante da Alemanha o arrasara a ponto de esquecerem até que ele fora penta mundial com a “família Scolari”. Agora Felipão ressurge reabilitado, campeão brasileiro pelo Palmeiras. Rogério Ceni saíra do São Paulo machucado por desentendimentos e incompreensões. Agora Rogério Ceni ganha espaços e prestígio como treinador, mediante campanha perfeita com o Fortaleza. Marcelo Vilar fez o Ferroviário outra vez campeão. Como 2018 fez bem aos treinadores aqui nomeados. Resta agora saber até quando o festejo e a glória...
Rotatividade
Um dos problemas mais sérios do futebol brasileiro é a rotatividade dos treinadores. Uma exceção este ano foi a permanência de Rogério Ceni desde o começo da temporada até o fim. Ainda assim, balançou após perder o campeonato estadual para o Ceará. Nesta parte, méritos para o presidente Marcelo Paz que segurou Ceni.
Três
O Ceará por pouco paga muito caro pela rotatividade inicial, onde despachou Marcelo Chamusca e chamou Jorginho. Foi o período mais delicado porque nada dava certo. Aí a luz de Robinson de Castro encontrou a solução no técnico Lisca. Aliás, muita gente recebeu com reserva tal contratação. Resultado: Lisca transformou-se num dos melhores senão no melhor técnico da Série A nacional, guardadas as proporções com relação aos elencos.
Confirmados
Com tantos anos de batente, não lembro o ano em que os três times grandes da capital já começaram dezembro com os treinadores devidamente contratados para a temporada posterior. Bons sinais.
Grande expectativa com relação aos times do interior que vão disputar o Campeonato Cearense 2019. Observa-se que há um gradual esvaziamento dos certames estaduais. Só mesmo a grande tradição ainda mantém vivo esse tipo de disputa. Para um “estadual” forte seria necessário ter Sobral e Juazeiro do Norte com todo potencial.
Centros de referência, Sobral e Juazeiro do Norte já marcaram o futebol cearense, inclusive em competições nacionais. O Icasa quase chegou à Série A em 2013. Faltou um ponto para o Verdão subir. É o time do interior que mais vezes disputou finais do “estadual”. Hoje tudo mudou e esses dois polos de desenvolvimento estão com o futebol em crise.