Queda de produção é o problema do Ceará

O Ceará está há três jogos sem vencer. Perder para o Sport (1 x 0) na Ilha do Retiro é normal. Perder para o Bahia (2 x 1) na Fonte Nova é normal. Problema foi a queda de produção, máxime no jogo em Salvador. O técnico Lisca deixou claro seu descontentamento. O Vozão não conseguiu acompanhar o intenso ritmo do Bahia, mormente no primeiro tempo. Depois que Juninho Quixadá sofreu contusão e ficou fora do time, nunca mais a produção ofensiva do Ceará foi a mesma. Perdeu em lucidez e eficiência. Pior é que até agora nenhum substituto conseguiu alcançar o patamar da época de Juninho Quixadá. Outro senão é a não correspondência dos jogadores suplentes. Não estão rendendo o esperado. Assim, quando Lisca promove as modificações, a resposta positiva não acontece. Foi o que houve em Salvador. As entradas de Fabinho, Arnaldo e Pedro Ken não fizeram o time assumir o controle do jogo, que continuou com o Bahia, apesar de uma discreta melhora do alvinegro no segundo tempo. Certo é que acontecerão mudanças para o jogo diante do Fluminense, segunda-feira, no Maracanã. Queira Deus possa o Ceará retomar a produção de antes.

Importância

Os estatísticos, creio, ainda não realizaram um estudo aprofundado sobre o grau de importância do técnico num time de futebol. Pode até existir algum trabalho a respeito, mas eu desconheço. Sei, porém, que esta retomada do Fortaleza tem tudo a ver com o trabalho de Rogério Ceni. O elevado profissionalismo implantado, à imagem e semelhança de Ceni, foi o reflexo de suas exigências antes de vir treinar o Leão.

Sequência

Com Ceni ou sem Ceni, o planejamento por ele elaborado deverá ser seguido à risca como filosofia do clube. Uma experiência grandiosa, que deu certo, não pode ser substituída por alguma outra política duvidosa. Melhor para o Leão seria a permanência de Rogério Ceni. Mas essa decisão requer cuidados recíprocos porque os desafios na Série A são muito superiores.

Diferente

É sabido que uma coisa é subir para a Série A. Outra coisa, bem diferente, é lá permanecer. Não por acaso a rotatividade times do Nordeste na elite é intensa. Subir e permanecer na elite por mais tempo é o obetivo do Fortaleza.

Ninguém mais que o goleiro Marcelo Böeck encarnou o espírito tricolor de aço nos últimos anos. Ele veio desde a Série C, onde comeu o pão que o diabo amassou. Passou incólume pela Série B e chega agora à Série A com elevado espírito competidor. Há muito não via um atleta tão integrado à filosofia do clube como vejo agora Marcelo Böeck. Nas entrevistas deixou claro ter esse sentimento de doação.

Destino de gustavo, o artilheiro maior, reserva desafios bem mais significativos. Gustavo, segundo Rogério Ceni, é hoje um dos melhores cabeceadores do Brasil. É goleador perigoso, especialista mesmo. A pergunta é: no novo clube terá ele condições de adaptar-se rapidamente? Creio que sim, embora a velocidade não seja o seu forte.