Pronto para maratona após a pandemia, gramado do Castelão passa por melhoria

Trabalho executado durante quarentena prevê deixar campo de jogo em boa qualidade para maratona de jogos pós-Covid-19

Legenda: Gramado da Arena Castelão tem passado por melhorias durante a paralisação do futebol por conta da Covid-19
Foto: FOTO: KID JUNIOR

Castelão é silêncio. Reduto do futebol cearense, o estádio é um monumento de contemplação. São as memórias do esporte, da arquibancada viva e da Capital pré-pandemia em 2020. Mas a pausa forçada pela Covid-19 o renovou. O espaço está apto a receber competições e no aguardo de decisões em prol da bola rolando. Retorno sem data, vale ressaltar.

Equipamento do Governo do Estado, a Arena segue operando com capacidade mínima de funcionários apenas para manutenção. Como o decreto estadual de isolamento social foi ampliado até amanhã, 20 de maio, qualquer torneio está suspenso.

E a última exibição foi no dia 15 de março: vitória do Ceará diante do Sport, por 2 a 1, pela Copa do Nordeste. A experiência de portões fechados teve início nessa data para servir de exemplo e pauta das discussões sobre o futuro. Muito pela tendência de regressar a modalidade distante do público, apenas para funcionários e jogadores.

Assim, o gramado foi bem tratado. Na semana seguinte ao confronto, o secretário de Esporte e Juventude, Rogério Pinheiro, anunciou a interdição da Arena Castelão até o dia 20 daquele mês para ajustes. A ação foi concluída com orçamento previsto, mesmo que fora do planejado devido às fortes chuvas na cidade.

Cuidado periódico

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Esporte e Juventude do Estado (Sejuv) lançou nota em que reitera que "a Arena Castelão vem realizando normalmente o cronograma de manutenção periódica do gramado e demais dependências. A praça esportiva está apta a receber jogos de diversos campeonatos".

Os cuidados são para a maratona dos próximos meses. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) garantiu aos clubes a execução de todo o calendário de eventos e o PV recebe um hospital para tratar vítimas do novo coronavírus.

Logo, a Arena Castelão fica solitária frente ao Estadual, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, além das Séries A, C e D - em que há representantes cearenses. Um dos planos da Federação Cearense de Futebol (FCF) envolve, de fato, concentrar partidas no equipamento para a finalização do certame local.

O cenário então é de cautela. No início da temporada, o Governo do Estado investiu R$ 1,5 milhão no reparo completo da grama da Arena Castelão, incluindo a parte sintética ao redor do campo de jogo.

O motivo foi o grande desgaste ao fim de 2019, quando o estádio encerrou a temporada com o maior número de confrontos realizados no Brasil: totalizando 73 junto ao Maracanã, no Rio de Janeiro.

Maior custeio

Um novo acordo de administração compartilhada com as diretoria de Ceará, Ferroviário e Fortaleza havia sido firmado em janeiro. A proposta acrescia as responsabilidades dos times com maior custeio de eventuais prejuízos. Também havia perspectiva de cumprimento rígido do intervalo entre partidas de 48h. Em 20 de fevereiro, todavia, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Núcleo de Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), recomendou a mudança em datas de jogos daquele mês.

Além do baixo período de operação do espaço entre as partidas, havia uma manifestação por parte da Polícia Militar. O entrave foi solucionado com remarcação das datas por parte da FCF.

A questão atual é o cálculo entre número de jogos restantes e as datas disponíveis aos clubes no ano. Tudo é incerto, mas requer maior flexibilização para o uso da Arena Castelão sem danos severos à prática esportiva em alto nível.