A casa do Fortaleza chegou a meio século, mas ninguém lhe preparou uma festa para homenageá-la
Em meio à paralisação da Série C do Campeonato Brasileiro, o Fortaleza teve pelo menos um motivo para comemorar no dia de ontem, que foi o aniversário de fundação do Estádio Alcides Santos. A casa do Leão completou ontem 50 anos de fundação.
Para os dirigentes, a data passou em branco. Não houve nenhuma comemoração, talvez pelo fato de que todos estejam ansiosos pelo início da Série C.
A maioria dos torcedores do Tricolor, que diariamente acompanha os treinos talvez não conheça a história do estádio.
Em 1957, o então presidente tricolor, Carlos Rolim Filho, reuniu sua diretoria para definir a compra de um terreno para a construção de um estádio.
Aprovada a compra, Carlos Rolim comunicou ao primeiro presidente do Leão, Alcides Santos, que ele seria homenageado com o nome daquela praça de esportes, hoje conhecida como Estádio Alcides Santos.
Falecido em 1998, Carlos Rolim Filho deixou este patrimônio para o clube. Daí em diante, outros dirigentes vieram para dar sequência ao trabalho, como o engenheiro Manuel Guimarães, responsável pela construção de alguns lances de arquibancada, que tornaram o estádio apto a receber jogos oficiais.
Mais recentemente, em 2008, o filho de Carlos Rolim Filho, José Rolim Machado, construiu a sala de imprensa, onde atletas, comissão técnica e diretoria costumam conceder entrevistas.
Datas marcantes
O jogo de inauguração do Alcides Santos foi entre Fortaleza e Usina Ceará, em junho de 1962, terminando com o placar de 2 a 1 para o Leão. Mas o primeiro jogo oficial no Pici ocorreu em 12 de março de 2008, pelo Campeonato Cearense, quando foi registrado empate em 3 a 3 com o Itapipoca. E o último jogo realizado no local foi Fortaleza 0x3 Horizonte, em 2011.
O treinador do Sub-15 do Leão, Jurandir Alves, tem 46 anos de Alcides Santos e já viu muitos craques surgirem no local. "De um campo de areia à estrutura que existe hoje, houve uma grande evolução", lembra.
No momento, o Alcides Santos está interditado. O diretor de futebol do Tricolor, Jorge Mota, informou que o clube pretende realizar um teste de cargas na estrutura do prédio para atender aos laudos técnicos exigidos pelos órgãos de segurança pública.
SAIBA MAIS
Aumento da capacidade
No momento, calcula-se que a capacidade de público do Alcides Santos é de 7.150 lugares, que foi o público pagante registrado no jogo Fortaleza 2x1 Tiradentes, na estreia do Leão no Campeonato Cearense de 2011. A diretoria tem um projeto para aumentar a capacidade do estádio para 12 mil lugares.
Treino e espera
Os atletas treinaram na tarde de ontem, no Pici, à espera pelo início da Série C. O lateral-direito Rafinha ficou ausente, com uma contusão em um dos dedos do pé. Ontem, esteve presente no clube o coordenador das divisões de base do Atlético/PR, Paulo Stefani, para firmar uma parceria. Hoje, o Furacão treina no Pici às 9h, para se preparar para o jogo de amanhã, contra o Ceará
Treze rejeita Série D e mantém ação judicial
Jorge Mota faz um alerta: "CBF pode perder o controle do futebol brasileiro"
O conselho deliberativo do Treze rejeitou, ontem à tarde, a proposta da CBF para que ele disputasse a Série D do Campeonato Brasileiro, retirando a ação judicial contra a entidade, na qual pede sua inclusão na Série C.
Com isso, a Terceira Divisão continua paralisada. Os dirigentes do Treze haviam gostado da conversa mantida com o presidente da CBF, José Maria Marin, na última quarta-feira em São Paulo, mas ontem resolveram manter tudo como estava. "O problema é que o Estado do Acre entrou novamente com a ação na Justiça Comum, para resguardar a vaga do Rio Branco na Série C. Então, pediram para que a gente saísse da Justiça Comum enquanto Rio Branco volta?", questionou o presidente do Galo da Borborema, Fábio Azevedo, após a reunião.
Única opção
Para o diretor de futebol do Fortaleza, Jorge Mota, só resta à CBF começar a Série C sem o Treze e depois questionar na Justiça a multa que é imposta por não incluir o clube. "Se a CBF não fizer isso, vai perder o controle do futebol brasileiro. Não se pode esperar mais", advertiu.