Observo no torcedor cearense um grau maior de intolerância com as derrotas.
Quem perde é oprimido pelos que exigem vitórias, por cima de paus e pedras, ignorando a medida das coisas.
Desfia-se uma série de ações possíveis no jogo, não só para evitar a derrota, mas para ganhá-lo.
Sou contestado quanto a essa posição, com resposta na ponta da língua: “Em todo lugar é assim!”
Não. Não é. E por essas paragens alencarinas, treinadores e jogadores são oprimidos e estigmatizados.
Vou na levada de uma sentença muito recorrente nas entrevistas de técnicos e jogadores: “Não me sinto vencedor porque ganho, ou perdedor, se perco”.
O desejo de ganhar é acompanhado da angústia de perder um lugar precioso no cenário esportivo da Série A.
E aí, é preciso encontrar culpados, imediatamente, sem maiores reflexões.
Ceará e Fortaleza, dentro dos limites do possível, mesmo contra elencos mais poderosos, têm demonstrado boas doses de coragem, embora com resultados ainda insatisfatórios.
Esta será uma semana difícil. O Fortaleza, já na zona de degola, recebe o Cruzeiro, enquanto o Ceará vai ao Rio para enfrentar o Vasco da Gama.
Voltar fora da zona, depois da Copa América, é o que se pretende.