Wilton Bezerra: A vaia e o “professor”

Foto: AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA


Nelson Rodrigues afirmou numa das suas gostosas crônicas sobre o futebol que, para o profissional de caráter, a vaia era um incentivo valioso, um afrodisíaco infalível.

Se for assim, o treinador Tite estará suficientemente preparado para os futuros contratempos.

Antes da vitória sobre o Peru, a vaia experimentada em Salvador pelo treinador e jogadores deve ter sido pesada. Notadamente, para quem, outro dia, era unanimidade nacional.

Sim, porque no futebol brasileiro, treinador da Seleção é mais importante do que ministro da Economia, e, ao mesmo tempo, pode dormir gênio e acordar com um pedido de linchamento da sua figura. Interessante essa situação onde o “professor” paga sozinho pelos fracassos de uma equipe.

E para os jogadores, não vai nada ?

Terminada uma partida, entrevistados, os atletas sempre declararam que vão conversar com o “professor” para saber o que houve, e o que fazer, para evitar um fracasso.

Não seria o caso de perguntar a eles próprios o que fazer, socializando os prejuízos? Curioso, não ?
 


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