Richardson revela que quase renova com o Ceará antes de sair: 'estava praticamente acertado'

Richardson faz sucesso no futebol japonês. Ele é titular absoluto do Kashiwa Reysol, que lidera a Segunda Divisão do Campeonato Japonês e está perto de conquistar o título

Legenda: Richardson defendeu o Ceará entre 2016 e 2018
Foto: Foto: Thiago Gadelha

No final de dezembro de 2018, em meio aos festejos natalinos, a torcida do Ceará soube que um jogador que é ídolo e considerado um dos principais atletas do elenco estava de saída. Com proposta do Kashiwa Reysol, o volante Richardson estava se transferindo ao futebol japonês. Dez meses depois, em sua primeira entrevista após deixar o Vovô, ele revelou com exclusividade que estava quase renovando contrato e por pouco não permaneceu no Alvinegro para 2019.

"Na verdade surgiu muito rápido (a proposta do Kashiwa). Pouca gente sabe, mas eu estava praticamente acertado em um novo contrato com o Ceará quando surgiu a oportunidade de vir pro Japão. E foi uma proposta muito boa, tanto pro clube como pra mim. Todo mundo sabe que eu ia fazer 28 anos e chegou no momento certo essa proposta", revelou o volante em entrevista exclusiva ao programa Estúdio Internacional, que vai ao ar todos os domingos, às 21 horas, na Rádio Verdes Mares, sendo apresentado pelos jornalistas Dênis Medeiros, Tom Alexandrino e André Almeida.

Richardson, que jamais havia viajado para o exterior, rapidamente se consolidou como titular no Kashiwa. Na temporada, forma 29 partidas, sendo titular em todas. Mesmo à distância, o potiguar, natural de Natal e que foi peça extremamente importante na campanha de reação que fez o time se manter na Série A do Brasileiro em 2018, disse que não deixa de acompanhar o Ceará.

"Sempre que possível eu tento assistir aos jogos do Ceará. Às vezes, pelo fuso horário, eu não consigo. São 12 horas de diferença, então quando tem jogo aí é madrugada aqui e eu tenho que dormir. Mas eu tento assistir o máximo", garantiu Richardson, destacando ainda o carinho e a gratidão que tem pelo Alvinegro.

"Minha relação com o Ceará é das melhores possíveis, é o clube que abriu as portas pra mim. Se eu tô aqui hoje é porque eu passei pelo Ceará. Tenho um carinho muito grande. Espero que a gente consiga o nosso acesso aqui o mais rápido possível e dê tempo eu ir pra Fortaleza ver os jogos do Ceará. Eu virei um torcedor do clube, tenho um carinho pelos torcedores muito grande, todos que me acolheram. É um respeito e carinho muito grande que eu vou manter o resto da minha vida".

Veja outros pontos da entrevista com o volante Richardson

Como foi sua adaptação no Japão?
Adaptação foi fácil. Tem brasileiros no clube, o treinador é brasileiro, preparador físico... o Cristiano atacante que joga aqui há 5 anos. Então a adaptação foi tranquila. O fuso horário dificulta um pouco, no começo você fica com muito sono de dia e quer ficar acordado à noite. Claro que a gente fica com pé atrás, mudar de cultura, de comida, tudo completamente diferente. Mas tudo vem caminhando muito bem. Adaptação tem sido boa e rápida, até me surpreendeu.

Qual o principal choque cultural percebeu na mudança?
Eu nunca tinha saído do Brasil, né. E o principal choque quando se sai é a surpresa positiva de ver que tudo funciona. E que, no Brasil, tá tudo atrasado. No Japão, tudo funciona. Educação muito acima, o pessoal te respeita, tem qualidade de vida, o choque de realidade é muito forte quando sai do Brasil e vai pro Japão. No Brasil tem que ter um jeitinho brasileiro. Aqui, não. Tudo funciona, independente de ser jogador, funcionário público...é tudo igualdade pra todos e isso é bem legal.

Gostou da culinária japonesa?
A comida é bem diferente, sim. Mas tem muita coisa que tem no Brasil também. Muito restaurante que tem no Brasil a gebte encontrou aqui. A própria comida japonesa que também vende no Brasil, já ajudou...aqui é verdade que é diferente, mas é muito gostosa a comida. A gente tem um susto de pensar "ah, vou pro Japão, o que eu vou comer lá?". Mas aqui tem tudo e a gente consegue se virar bem. 

Qual a diferença de futebol praticado no Brasil e no Japão?
O futebol aqui é muito mais rápido. Não que o brasileiro não seja técnico, é um dos mais técnicos do mundo. Mas aqui é muito rápido e com muita técnica. O japonês é muito bem treinado.