Promotor diz que Justiça perderá respeito se Pistorius receber pena leve

Este foi o terceiro dia de audiência oral sobre a sentença de Pistorius no Tribunal Superior de Pretória

O promotor do julgamento de Oscar Pistorius, Gerrie Nel, pediu nesta quarta-feira (15) uma pena mais dura contra o atleta paraolímpico pela morte da sua namorada, Reeva Steenkamp. Nel desqualificou os testemunhos dados pela defesa, de que uma prisão não é um lugar adequado para Pistorius por ele ter deficiência física. "Se a sentença desta corte for muito leve, a sociedade vai perder o respeito pela Justiça", declarou Nel.

Este foi o terceiro dia de audiência oral sobre a sentença de Pistorius no Tribunal Superior de Pretória, onde a juíza Thokozile Masipa decidirá a pena do atleta até o fim desta semana. Segundo Nel, Pistorius não ficaria em uma cela com outros detentos perigosos e o sistema prisional do país possui locais adaptados para pessoas com deficiência. O promotor destacou ainda que não haveria problemas de higiene e que o atleta poderia continuar com seu tratamento psicológico no presídio.

A assistente social e oficial de Justiça Annete Vergeer, que testemunha a favor de Pistorius, respondeu que é "preciso ser realista sobre a qualidade de vida em prisões sul-africanas" e que mantinha sua posição de que prendê-lo seria ruim.

Nos dois primeiros dias dessa nova fase do julgamento, as testemunhas de defesa pediram que Pistorius seja condenado a uma prisão domiciliar, por no máximo três anos. Eles alegam que o atleta sente muito remorso pelo crime que cometeu e que ele não tem mais nenhuma perspectiva financeira ou profissional.

Já a acusação tenta obter a pena máxima para o crime, de 15 anos, por considerar que o atleta premeditou o ato -algo que a juíza Thokozile já descartou. No dia 12 de setembro, ela considerou o crime de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e convocou novos depoimentos para estipular qual será a pena pelo assassinato.

Pistorius sempre alegou que abriu fogo contra a namorada, em 14 de fevereiro de 2013, por meio da porta fechada do banheiro por acreditar que se tratava de um ladrão.