Principado de Mônaco exalta seu 'rei' Ayrton Senna

MÔNACO - O Principado de Mônaco exalta nesta semana a memória de seu 'rei' Ayrton Senna, no contexto da 65ª edição de seu Grande Prêmio de Fórmula 1, recordando as seis vitórias do lendário corredor brasileiro nas estreitas ruas do traçado.

O piloto brasileiro ganhou pela primeira vez em 1987, por isso os torcedores não quiseram perder a oportunidade de comemorar o 20ª aniversário dessa vitória, repetida nos anos seguintes.

O príncipe Alberto II colocará na curva Lowes uma placa em memória a Senna, numa cerimônia que contará com a presença da irmã do piloto, Viviane Senna.

Os principais hotéis do Principado montaram uma exposição sobre o piloto, com os capacetes verdes com listras azuis, usados por Senna em suas seis vitórias, assim como os seis troféus que recebeu nessas oportunidades.

A exposição inclui fotografias dos momentos gloriosos de Senna em Monte Carlo e detalhes de suas vitórias.

A japonesa Honda, que fornecia motores à escuderia McLaren com os quais Senna conquistou três títulos mundiais, trouxe de seu museu de Motegi três carros que foram conduzidos pelo brasileiro, segundo o curador da exposição, François Coizy.

Foi no lendário circuito monegasco onde literalmente explodiu e se consolidou a fama de Senna.

Em sua primeira prova, em 1984, no volante de um modesto Toleman-Hart, a pista foi inundada por um verdadeiro dilúvio. Mas Senna superou a adversidade passando a exercer uma pressão infernal sobre o líder Alain Prost, para espanto dos torcedores.

Senna tentou o ataque decisivo a Prost ao entrar na curta reta principal do circuito, mas quando ultrapassava o francês (a poucos metros da linha de chegada), o comissário da corrida, Jacky Ickx, interrompeu a prova por falta de segurança.

Prost foi considerado o vencedor, mas Senna passou a ser visto e respeitado como um ás. Em uma única volta foi sete segundos mais rápido que Prost.

Em 1988 Senna protagonizou outro momento único em Mônaco, já ao volante de um carro McLaren. Em um treino de classificação, passou a quebrar recordes em seqüência. A cada volta um novo tempo, mas subitamente parou nos boxes.

Explicou depois que decidiu parar porque se viu fora do carro, como se estivesse dirigindo dentro de um túnel, e percebeu que não tinha mais o controle direto de seu McLaren. Apesar de interromper o treino antes do término, foi um segundo e meio mais rápido que Prost.

Nessa corrida, quando ninguém duvidava de sua vitória, já que liderava comodamente, sofreu um acidente na entrada do túnel. Senna abandonou seu MP-4 e caminhou diretamente para seu apartamento.

Dos capacetes em exposição, o da vitória em 1987 foi cedido por um particular. O de seu último triunfo, em 1993, ofereceu ao príncipe Rainier III, e os outros, entre eles um banhado a ouro, foram cedidos por sua família.

"Esses capacetes foram emprestados pelos pais de Ayrton, que são seus proprietários. Será uma oportunidade única de apreciar esses objetos, pois não estão em exposição", disse uma porta-voz da Fundação Ayrton Senna, Benny Goldenberg.

Nestas comemorações também serão vendidas réplicas dos capacetes e uniformes dos pilotos, mas nenhum do brasileiro, que morreu em 1º de maio de 1994, vítima de um grave acidente na curva de Tamburello, do circuito de Imola, durante o Grande Prêmio de San Marino, que liderava.