Pegadores de pênaltis, Diego Alves e Armani superam decepções para chegar à final

Flamengo e River Plate disputam a final da Libertadores, neste sábado (23), às 17h (do horário de Brasília)

Legenda: Profissionalizado em 2005, Diego Alves tem dois títulos de expressão: o Mineiro de 2007 e o Carioca deste ano.
Foto: Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

Diego Alves espera há 14 anos por um título nacional ou internacional na carreira. Pode conseguir dois neste final de semana. O mais importante será no sábado (23), às 17 horas (de Brasília), quando o Flamengo enfrenta o River Plate em Lima, pela final da Libertadores. No dia seguinte ele pode ser campeão brasileiro sem entrar em campo. A equipe carioca ficará com o título se o Palmeiras não derrotar o Grêmio no Allianz Parque.

Profissionalizado em 2005, o goleiro tem dois títulos de expressão: o Mineiro de 2007 e o Carioca deste ano.

A situação atual representa mudança significativa para quem há um ano perdeu a posição de titular na Gávea e viu sua permanência no time questionada. Na teoria, ele teria justificado o valor de 1 milhão de euros (cerca de R$ 4,3 milhões) que o Flamengo havia pago ao Valencia (ESP) em 2017 e os R$ 500 mil de salários.

"Tudo o que aconteceu está apagado por este momento que estou vivendo. É um instante muito especial na minha vida e na do Flamengo", disse o goleiro após o treino desta quinta (21), no CT da Federação Peruana a de Futebol.
Ele confessa ter se irritado na reta final do Campeonato Brasileiro de 2018 quando o técnico Dorival Júnior decidiu deixá-lo no banco.

Decepção parecida teve Franco Armani, então goleiro do Atlético Nacional. Em 2013, ele pediu para sair do clube colombiano e disse ter chegado a pensar em parar de jogar. O jogador havia voltado de grave lesão no joelho, atuava apenas de vez em quando e estava infeliz com o futebol.

"Eu disse que ele deveria ter paciência porque teria a chance. Todo goleiro precisa de uma sequência e, quando chegou sua vez, Franco se consolidou", se recorda o técnico Juan Carlos Osório.

Foi a arrancada na carreira que fez Armani ser titular da Argentina na Copa de 2018 e neste sábado pode torná-lo o primeiro goleiro três vezes campeão da Libertadores como titular desde o argentino Miguel Angel Santoro, vencedor pelo Independiente em 1964, 1965, 1972 e 1973.

Armani levantou o troféu do torneio sul-americano em 2016 pelo Atlético Nacional e no ano passado pelo River Plate.

Diego Alves não recebe da torcida do Flamengo a mesma idolatria de que Armani é alvo no clube de Buenos Aires. Quando Jorge Sampaoli insistia em não chamá-lo para a seleção, os torcedores criaram uma música para avisar ao treinador, em 2018, que se quisesse "dar a volta" (ser campeão mundial) era só convocar o goleiro.

Armani foi titular contra Nigéria e França na Copa da Rússia e a Argentina caiu nas oitavas de final.

O Mundial era um torneio em que Diego Alves tinha esperança de estar com o Brasil, mas não foi chamado. Ele tem dez partidas pela seleção principal. Com o time olímpico, foi medalha de bronze nos Jogos de Pequim, em 2008.

Os dois goleiros possuem mais em comum do que a posição em que atuam. Armani faz parte do elenco do River que, além da Libertadores, venceu a Supercopa Argentina e a Recopa Sul-Americana. Se sua equipe ganhar a Libertadores sábado, chegará a cinco títulos do torneio, três nos últimos cinco anos. Estará a um do arquirrival Boca Juniors.

Diego Alves pode consolidar seu nome na história do Flamengo com a conquista de uma tríplice coroa inédita para a agremiação. Depois de ser campeão estadual neste ano, a equipe está muito perto de vencer o Campeonato Brasileiro e busca o mais importante troféu continental.

Os dois também têm fama também de pegadores de pênaltis e o empate fará com que a Libertadores seja decidida dessa forma. Alves define a situação como uma guerra psicológica com o batedor em que tudo que cerca o ambiente da partida pode influir.

"Se você olha nos olhos do cobrador, sabe quem está nervoso ou não. E o nervosismo pode decidir tudo, se o goleiro souber aproveitar", declara Armani.

Na carreira, o argentino tem 10 pênaltis defendidos em 37 cobrados contra ele na carreira. Aproveitamento de 27%. Estatística que é inferior a de Diego Alves.

O brasileiro pegou 31 pênaltis em 82 finalizações (37%). Mas, se adicionadas as sete cobranças que não alcançou mas foram na trave ou para fora, seu índice de aproveitamento sobe para 46%.


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