Opinião: estratégias opostas, Ceará com mais fôlego e empate justo no Clássico-Rei

Ceará e Fortaleza voltam a se enfrentar, no próximo domingo (17), pela Copa do Nordeste

Legenda: O equilíbrio foi a tônica do Clássico-Rei deste domingo (10)
Foto: Foto: Thiago Gadelha

A única similaridade entre Fortaleza e Ceará, neste domingo (10), foi o placar. Dentro de campo, estratégias opostas, e um festival de gols desperdiçados de um lado e do outro. Ao Tricolor, faltou o capricho no arremate final, já, ao Vovô, a investida de fora da área levou mais perigo.

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Com um ataque formado por velocistas - Osvaldo, Edinho e Júnior Santos -, o técnico Rogério Ceni deixou de lado a filosofia de ser "o protagonista ofensivo o jogo inteiro", frase que marcou a campanha na Série B do Brasileiro, e apostou nos contra-ataques, principalmente investindo em jogadas nas costas do lateral-esquerdo João Lucas, o que culminou em cinco arremates de dentro da área desperdiçados.

Legenda: Edinho, do Fortaleza, disputa a bola com João Lucas, lateral-esquerdo do Ceará
Foto: Foto: Camila Lima

A forma diferente de se postar em campo só foi possível porque o Ceará de 2019 gosta da possa da bola. A qualidade técnica é esbanjada de sobra com Leandro Carvalho, Ricardinho e Felipe Baxola, principal articulador, no entanto, há improdutividade ofensiva. A equipe roda com facilidade, apresenta poucos atletas que prendem a bola, mas peca na ausência de finalização e entra pouco na área adversária.

Legenda: A forte marcação tricolor forçou o Ceará a tentar finalizações de fora da área
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Com ritmo frenético e equipes que tinham jogado no meio da semana, o fôlego na etapa final abandonou o confronto: o Alvinegro foi melhor. Ceni até tentou renovar o gás ao lançar Marcinho e Wellington Paulista, estreante no plantel tricolor, mas não foi suficiente. No meio-campo, o criticado Juninho foi soberano. Preenchendo bem os espaços, o volante do Vovô foi responsável pelos principais momentos do Clássico-Rei, primeiro parando em Boeck, depois no travessão.

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No fim, coube ao Leão esfriar a partida. Os três minutos da prorrogação se transformaram em cinco durante atendimentos consecutivos em Marcelo Boeck e Quintero, estratégia comum no mundo futebolístico. O destino ainda tratou de dar a última bola ao Tricolor, num contra-ataque alucinado em direção à meta de Richard. Novamente, Juninho apareceu e, através de um carrinho, decretou o empate.

Não apareceu em campo

Fortaleza: o meia Dodô deixou a desejar no Clássico-Rei. O único atleta de articulação de Ceni, o atleta não encontrou espaços, errou passes e apresentou uma transição lenta ao puxar contra-ataque. Deixou o campo para dar lugar ao estreante Wellington Paulista na etapa final, tendo sua posição ocupada por Edinho. 

Legenda: Dodô lamenta uma chance perdida da partida
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Ceará: Titular após a negociação de Felipe Jonatan, o lateral-esquerdo João Lucas demonstrou muita limitações defensivas na partida, principalmente com as infiltrações em velocidade dos pontas tricolores. Participando do ataque, foi regular, mas sem o destaque de Samuel Xavier. A sombra de Thiago Carleto no banco cresceu.

Legenda: Edinho, do Fortaleza, disputa a bola com João Lucas, lateral-esquerdo do Ceará
Foto: Foto: Camila Lima

Próxima partida

Antes do Estadual, o Fortaleza ainda encara novamente o Ceará, em jogo válido pela Copa do Nordeste. O confronto acontece no próximo domingo (17), na Arena Castelão, dessa vez com mando de campo alvinegro.