Maior vexame da Seleção Brasileira, 7 a 1 completa cinco anos. O que mudou?

No dia 8 de junho de 2014, o Brasil foi goleada pela Alemanha na semifinal da Copa do Mundo

Legenda: Zagueiro David Luiz foi um dos símbolos da derrota brasileira ao pedir desculpas para a torcida presente no Mineirão
Foto: AFP

Neste 8 de junho faz exatos 5 anos do maior vexame da história da seleção brasileira, a incrível goleada sofrida para a Alemanha, com o Mineirão lotado, em uma semifinal de Copa do Mundo. O que era algo inimaginável até para o torcedor mais crítico do Brasil. Porém, aconteceu, e aprendizados foram tirados daquela derrota.

O Brasil entrou naquele Mundial, mesmo sendo sede, sem ser um grande favorito. O técnico entrou como uma espécie de “bombeiro”, porque era o que o povo brasileiro amava, o último que nos deu uma Copa, em 2002. Na época, confesso que até gostei da ideia, pois Mano Menezes não tinha a empatia do torcedor e considerava isso um fator importante em uma Copa do Mundo em casa. Depois de vencer com propriedade a Copa das Confederações em 2013, Felipão chegou com mais “moral” ainda em 2014, mas, refém de um esquema que visivelmente não estava dando certo, acabou tropeçando na própria arrogância e ficou marcado como o técnico do 7 a 1.  

Legenda: O Brasil entrou em campo sem Neymar após a lesão do atacante contra a Colômbia
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O que mudou de lá pra cá? A principal mudança foi, justamente, no comando técnico que, inclusive, demorou para acontecer da forma correta, que fosse por merecimento e por ideia de que estilo de trabalho seria o ideal para que uma mudança drástica na nossa maneira de ver futebol ocorresse. A CBF conseguiu contrariar todas as lógicas possíveis de uma ideia de renovação e reformulação, trazendo Dunga de volta ao comando. Foi preciso duas eliminações precoces seguidas nas Copas Américas de 2015 e 2016, para que com dois anos de atraso percebessem que foi um tiro no próprio pé. Tite chegou no segundo semestre de 2016, às vésperas da Olimpíada do Rio, a qual conquistamos nosso inédito Ouro, já tomando sua primeira atitude correta, de permitir que o treinador na Seleção nos jogos olímpicos fosse quem estava trabalhando com o grupo a mais tempo, que no caso era Rogério Micale.

Ressurgimento

Legenda: A equipe brasileira sofreu cinco gols no primeiro tempo
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Tite transformou a identidade ferida e desprestigiada do Brasil no mundo do futebol, trazendo de volta o respeito dos adversários. Tirou a Seleção de uma situação complicada nas Eliminatórias, levando ao primeiro lugar indiscutível no cenário Sul-Americano. Fez o Brasil chegar na Copa da Rússia como o principal favorito pelo que vinha jogando. 

A mudança, logicamente, também foi refletida nas peças utilizadas. Sabe quantos jogadores titulares contra a Alemanha estiveram em campo na conquista da Copa América? Nenhum. No gol, o contestado Júlio César já no fim de sua carreira, deu lugar ao melhor goleiro do mundo na atualidade, Alisson. Na direita, o também já em declínio, Maicon, deu lugar ao melhor jogador da competição, mesmo que aos 36 anos, Daniel Alves. Na zaga, o inconstante David Luiz, que fazia até uma boa Copa, ao lado de Dante que substituía Thiago Silva naquela ocasião, deram lugar a talvez a dupla de defensores mais entrosada do momento com uma impressionante solidez, o próprio Thiago Silva e Marquinhos.

Na esquerda, a temporada ruim de Marcelo no Real Madrid, acabou não o credenciando para essa competição e não permitindo que ele ainda estivesse em campo hoje. Alex Sandro foi o escolhido para substituir o que começou como titular, Filipe Luís. O meio campo de Luiz Gustavo, Fernandinho e Oscar, se transformou na mistura de estilos de jogo de três jogadores que se completam naquele setor, que são Casemiro, Arthur e Coutinho. E lá na frente, Hulk, Bernard e Fred, saíram completamente de cena, dando lugar para essa nova geração que tem agradado muito, com Everton Cebolinha, Gabriel Jesus e Firmino, com mais gente boa querendo espaço, exemplos de Richarlison e David Neres. 

Como todo trabalho, não existem só flores, sempre existem os períodos de certa turbulência. O Brasil viveu isso nessa lacuna entre eliminação na Copa para a Bélgica e início dessa Copa América. Mas fazendo esse balanço, hoje em 2019, temos muito mais perspectivas boas de futuro, do que quando saímos do Mineirão naquele 8 de Julho de 2014.