Justiça da Suíça nega efeito suspensivo e Guerrero segue sem poder jogar

Atleta de 34 anos continua inapto a atuar pelo Internacional

O Tribunal Federal da Suíça anunciou nesta segunda-feira (01) que rejeitou efeito suspensivo à punição aplicada pela CAS (Corte Arbitral do Esporte) ao atacante peruano Paolo Guerrero. Assim, o atleta de 34 anos continua inapto a atuar pelo Internacional por conta da punição por doping que se encerra em abril de 2019. Agora, o jogador tem um recurso apresentado por sua defesa na CAS como última instância para não cumprir a pena por completo. O julgamento do recurso ocorrerá até o fim do mês.
 
O atacante aguardava esta situação ansiosamente. Está no Peru e vem realizando atividades físicas e técnicas sob comando de profissionais contratados de forma particular, já que não pode sequer utilizar as dependências do clube com o qual tem vínculo devido à punição.
 
Guerrero foi a principal contratação do atual vice-líder do campeonato. No entanto, quando estava prestes a estrear viu cair a primeira liminar contra a mesma punição, que o autorizou a jogar a Copa do Mundo pela seleção peruana e alguns jogos pelo Flamengo na volta. Desde então sua rotina limitou-se a treinamentos particulares e a busca incessante por provar sua inocência.
 
A defesa do jogador argumenta que um chá para gripe servido no hotel em que a seleção peruana estava hospedada foi que carregou a substância proibida ao corpo do atleta. Ele, portanto, não teve nenhuma responsabilidade sobre a situação.
 
Após a partida contra o Vitória, domingo, a direção do Internacional já se mostrava pessimista e falava na liberação para 2019. "É difícil reverter essa situação. E quando a gente pensou em contratar ele a primeira vez, já estava punido. Eu falei isso, era para contratar para 2019, e da mesma forma pensamos na contratação. E durante este período houve a liberação para jogar a Copa do Mundo, até nos surpreendeu, o Flamengo conseguiu por mais um tempo. O que mudou a situação que imaginávamos lá no começo. Mas é evidente que gostaríamos dele liberado, seria uma ótima opção, mas não procuramos desperdiçar energia e foco nisso. Estamos focados no nosso grupo e em resolver as nossas questões", disse o vice de futebol Roberto Melo.
 
O CASO
 
Guerrero foi julgado e punido pela Fifa com um ano de afastamento por conta de um teste positivo de doping para substância benzoilecgonina, principal metabólico da cocaína e da folha de coca. O exame foi feito após a partida entre Peru e Argentina em Buenos Aires, válida pelas Eliminatórias para Copa do Mundo, disputada em outubro de 2017.
 
Em seguida, entrou com recurso por meio do Comitê de Apelações da entidade e reduziu a pena, em um primeiro momento, para seis meses. Em maio, porém, o caso foi à Corte Arbitral do Esporte (CAS), que aplicou 14 meses de suspensão. Guerrero foi buscar seus direitos além do âmbito esportivo e conseguiu efeito suspensivo no Tribunal Federal Suíço no fim do mesmo mês.
 
Com a liberação provisória, atuou pelo Peru na Copa do Mundo e, desde o regresso do Mundial, jogou mais quatro partidas pelo Flamengo. Em seguida, foi contratado pelo Internacional e tinha estreia marcada para o jogo contra o Palmeiras. No entanto, viu cair a liminar que o liberava para atuar e voltou a estar proibido de qualquer atividade como profissional do futebol.
 
O vínculo de Guerrero esteve, desde então, suspenso. Sem pagar salários, como previsto no acordo, o Internacional ainda poderá ampliar o contrato do atleta em tempo correspondente ao período de afastamento.