Itália pretende combater racismo no futebol com uso de aparelhos de escuta

Na atual temporada, foram 5 casos de insultos racistas da torcida na Série A italiana

Legenda: O caso mais recente foi com o guineense Ronaldo Vieira, da Sampdoria
Foto: Foto: Reprodução Twitter

Após cinco casos de cânticos racistas em oito rodadas do Campeonato Italiano, a Federação Italiana de Futebol está considerando o uso de dispositivos avançados de escuta, utilizados em operações antiterrorismo, para identificar os autores desses atos.

O presidente da federação, Gabriele Gravina, descreveu o dispositivo como "um radar passivo que usa microfones direcionais para determinar a fonte do ruído. Você pode determinar imediatamente quem está fazendo o canto racista, ou você pode identificar a trajetória dos fogos de artifício".

A ferramenta que está sendo avaliada não é muita cara e é fabricada por uma empresa italiana, disse Gravina. Segundo o dirigente, o único obstáculo são as leis de privacidade italianas, "porque (o dispositivo) também pode ouvir conversas particulares dentro dos estádios".

A federação trabalha em coordenação com o Ministério do Interior para testar as ferramentas disponíveis durante a partida das Eliminatórias para a Eurocopa de 2020 em que a Itália enfrentará a Armênia em Palermo, no próximo mês.

Nesta temporada, foram proferidos cânticos ofensivos contra Romelu Lukaku (Inter de Milão), Franck Kessie (Milan), Dalbert Henrique (Fiorentina), Miralem Pjanic (Juventus) e Ronaldo Vieira (Sampdoria).

Mas nem a liga italiana nem a federação sancionaram os clubes cujos torcedores fizeram ofensas racistas ou a qualquer torcedor em particular. "Este dispositivo distingue claramente uma única voz", disse Gravina. "Gostaríamos de usar essa ferramenta para que as pessoas que desejam prejudicar a dignidade do futebol italiano e internacional saibam que elas podem ser facilmente identificadas e, portanto, sancionadas".


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