Há 11 anos não havia comercialização de bebidas nas praças esportivas do Estado. Desde 2008 que havia proibição no futebol cearense
Já tem data marcada a volta da venda de bebidas alcoólicas nos estádios cearenses. Será nesta quinta-feira (16), no jogo Fortaleza X Athletico/PR. Após a aprovação de projeto de Lei na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (AL-CE) e da sanção da Lei pelo governador Camilo Santana, assim como respectiva publicação em Diário Oficial do Estado, foi marcada a data oficial da volta da "cerveja" às praças esportivas cearenses.
Desde 2008, era proibido que se comercializasse bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. E agora, 11 anos, com a lei sancionada, será possível a venda de novo.
O Fortaleza comunicou, através do seu diretor de operação de jogo, Tahin Fontenele,que o clube irá proceder a venda de bebida alcoólica no jogo contra o Athletico Paranaense, amanhã, às 19h15 na Arena Castelão, pela Copa do Brasil. Tahin disse que a venda será feita apenas nos bares. "A venda de bebidas dentro do estádio fará com que o torcedor entre mais cedo, para evitar os atropelos que acontecem, quando ele entra em cima da hora para o jogo começar", disse Tahin.
O dirigente informou que há uma preocupação com a integridade dos torcedores, por parte de alguns desportistas, mas salientou que pode haver uma compensação financeira para os clubes, a qual servirá para fazer frente às altas taxas de serviços cobrados no estádio. "Estamos atentos para fazer a venda dentro da Lei, e não será permitida a comercialização de cerveja dentro de latas ou garrafas e somente nos bares". O dirigente informou que a venda acontecerá até 15 minutos para o término da partida.
Pelo lado do Ceará o diretor de operação de jogo, Veridiano Pinheiro, informou que seu clube vai realizar a primeira venda de bebida alcoólica no jogo contra o Grêmio, domingo (19), às 19 horas, contra o Grêmio, pela quinta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. "Vamos seguir o que diz a Lei, com a venda acontecendo somente nos bares. Serão duas cervejas por vez, para o comprador. Em contrapartida, vamos informar por diversos meios que quem beber, não deve dirigir e que a venda é proibida para menores de 18 anos. A cada dois mil torcedores, precisamos ter dois monitores fiscalizando as vendas. Vamos utilizar o telão, também para esclarecer a proibição para menores, etc", disse Veridiano.
Nada menos que cinco marcas de cervejas estarão sendo vendidas no jogo Ceará x Grêmio, de acordo com Veridiano. Ele disse que precisa haver a concorrência entre as marcas. "Está na Lei, que 20% das cervejas vendidas nos estádios cearenses têm que ser feitas no próprio Estado", completou ele.
A Polícia Militar, anteriormente era contra a venda de bebida alcoólica no estádios, por questão de segurança, mas agora afirma que irá cumprir a Lei. Essa foi a palavra do comandante do Batalhão de Eventos, major Eduardo Landim: "A Polícia Militar está sempre aqui participando com a Federação Cearense de Futebol. Está cumprindo a Lei, o Estatuto do Torcedor e está embuída em sugerir e criticar as melhores opções para dar segurança e conforto ao torcedor. A Lei foi sancionada pelo nosso governador e o torcedor poderá consumir a cerveja dentro do estádio. A Polícia Militar, como sempre, vai estar pronta para atender da melhor maneira possível, mesmo com essa condição".
"Então, para o torcedor, o nosso atendimento será o mesmo. Vamos ter uma atenção especial quanto a possíveis excessos e a gente deseja que o torcedor faça uso da bebida alcoólico com comedimento e lembre que se ele beber, não pode dirigir", acrescentou o major Landim. O major lembrou que não dispõe de equipamentos que possam medir o estado alcoólico em que estão os torcedores mais exautados, mas que a PM estará atenta a qualquer comportamento mais violento.
"Na Inglaterra, existe um equipamento para realizar essa medição, por amostragem, mas nós não temos esse dispositivo aqui, ainda mas o comportamento inadequado, será com certeza orientado e se houver qualquer tipo de ação violenta o torcedor será apresentado à autoridade policial", disse o major Landim.