Fortaleza comemora 2 anos do fim do martírio da Série C

No dia 23 de setembro de 2017, o elenco tricolor comemora o retorno à Segundona em Juiz de Fora, Minas Gerais

Legenda: Na imagem, o atacante Jô segura Marcel, o filho do atual presidente tricolor Marcelo Paz
Foto: Foto: João Bandeira / SVM

O martírio acabou há dois anos. No dia 23 de setembro de 2017, o Fortaleza atingiu a maior glória da história do clube sem troféu. Foi em Minas Gerais que o Leão ressurgiu nacionalmente ao deixar a Série C. Um marco sem tamanhos para a aflição de uma torcida que sofreu, e não abandonou a equipe, durante o litígio de oito anos na 3ª divisão.

Histórico, o enredo se desenhou sem precedentes. Mudanças no comando técnico, uma classificação difícil ao mata-mata e o pior elenco das últimas temporadas. A desconfiança era grande. Foram muitas decepções que colocaram à prova o torcedor. Mas todo ano, decisão por decisão, decepção por decepção, a massa leonina se fez presente.

A espera pelo grito de alívio serviu como prova do maior patrimônio: a força das arquibancadas. Fiel, leal e vibrante, o episódio então trágico serviu para fortalecer o elo entre time e torcida. A sinergia foi outra, assim como a relação de amor - capítulos de uma roteiro centenário.

No entanto, vale ressaltar o último episódio. Em casa, Leandro Cearense abriu o placar. Com 1 a 0 perigoso, um pênalti aos 25 do 2º tempo trouxe mais alívio. Bruno Melo partiu, converteu e decretou a vitória sobre os mineiros, pelas quartas da competição. O lateral falou sobre a emoção do acesso.

Legenda: Bruno Melo foi revelado na base tricolor e fez um dos gols que classificou o Fortaleza à Série B
Foto: Foto: JL Rosa / SVM

“Representa muito na minha vida. Na Série C, o tanto que a gente lutou pelo acesso… E eu consegui fazer parte. O Fortaleza evoluiu bastante desde quando cheguei aqui, desde as categorias de base até a estrutura do time principal”, declarou.

Em Juiz de Fora, a pressão foi grande. O Tupi conseguiu um gol na reta final, com Fernando Fernandes, e brigou pela própria vida no torneio. Só não contava com a grande exibição de Marcelo Boeck, capitão tricolor. O goleiro ressaltou que o momento atual do clube, com títulos estaduais, regionais e nacionais, foi construído no dia do acesso.

Legenda: Boeck chegou ao Fortaleza para a temporada de 2017
Foto: Foto: arquivo / SVM

"A Série C representa a mudança de patamar do Fortaleza. Falamos muito dos títulos, mas tudo começou naquele fatídico dia que está marcado na memória. Um calvário que a gente passou e fez a gente aprender muita coisa na dor e na tristeza. Foi uma lavagem de alma de toda uma nação, se hoje estamos vivendo um momento diferente, tudo começou naquele jogo”, analisou.