Entenda as armas do Ceará que fizeram a diferença no Clássico-Rei

Vitória por 2 a 1 na Arena Castelão, pela 13ª rodada da Série A, teve superioridade alvinegra e novas estratégias táticas

Legenda: Ceará venceu com gols de Thiago Galhardo e Felippe Cardoso no primeiro tempo
Foto: Foto: Natinho Rodrigues / SVM

A vitória do Ceará sobre o Fortaleza por 2 a 1, neste sábado (3), pela 13ª rodada da Série A, foi importante para a sequência da competição, com o Vovô assumindo provisoriamente a 9ª posição, com 17 pontos. O resultado, importante na história centenária do Clássico-Rei, também expôs uma filosofia tática cada vez mais consolidada do técnico Enderson Moreira

Superior na maior parte do confronto, a equipe venceu o arquirrival sem grandes sustos e com chances de ampliar ainda mais o marcador. Entenda as mexidas do Alvinegro de Porangabuçu que fizeram a diferença no duelo:

Posicionamento ofensivo

Legenda: Posicionado como 9, Galhardo surpreendeu a defesa leonina com infiltrações na grande área
Foto: Foto: JL Rosa / SVM

Se a defesa é o setor mais consistente do Ceará, o ataque tem sofrido ajustes ao longo do Brasileirão. Atuando no 4-2-3-1, Enderson transforma o sistema num 4-4-2 durante as partidas, deixando Thiago Galhardo ao lado do centroavante Felippe Cardoso. Com pouca velocidade, mas boa distribuição de passe, o meia funciona como pivô e também elemento surpresa nas infiltrações para a grande área.

O primeiro gol no Clássico-Rei, inclusive, saiu dessa jogada específica, quando Galhardo se posicionou atrás da marcação tricolor como um verdadeiro 9 e só empurrou para o fundo da rede. Os alas, que ganharam o reforço de Lima, se alternam nos lados de campo para confundir a marcação, além de afunilaram no último terço, chegando bem próximos da linha de fundo. 

O adiantamento é importante para amenizar um poucos os laterais João Lucas e Samuel Xavier, atletas com vocações ofensivas acentuadas. Historicamente, são os pontos falhos no quinteto defensivo pelo excesso de contribuição no ataque e uma transição lenta entre campos.

Menos bola, mais objetividade

Legenda: Titular com Enderson, Felippe Cardoso marcou o segundo gol alvinegro em jogada de bola parada
Foto: Foto: Natinho Rodrigues / SVM

O começo da temporada foi marcada por um Vovô repleto de meias que trabalharam a bola com cadência e buscavam preservar a posse. No Clássico-Rei, no entanto, o DNA do time foi alterado para uma postura que se defendia mais e atacava com mais objetividade.

Contra o Fortaleza, a posse foi de apenas 35% e teve o contra-ataque como arma principal, explorando bem a velocidade e a boa proteção de Felippe Cardoso centralizado. Trocando menos passes até chegar na defesa adversária e atuando com linhas mais próximas no meio-campo, o Ceará finalizou mais que o rival - 12 contra 11 - sendo oito na grande área.

O uso da bola parada também foi crucial para a construção do placar. Com jogadas bem ensaiadas, a equipe levou vantagem na bola aérea e conseguiu transformar os cruzamentos em finalizações. O ensaio foi logo no primeiro minuto, com Felippe Cardoso cabeceando no travessão. O mesmo atacante aproveitou escanteio aos 17 da etapa inicial para deixar o Vovô na frente: 2 a 0.   

Marcação pressão

Legenda: Adiantando as linhas de marcação, o Ceará diminuiu as opções de passe do Fortaleza
Foto: Foto: JL Rosa

Especificamente contra o Fortaleza, os volantes Fabinho e Ricardinho foram cruciais na contenção das jogadas leoninas. Pressionando Felipe e Juninho no meio, o encaixe da marcação alvinegra anulava a armação tricolor e deixava Felipe Alves sem opções para lançamento.

Lima e Leandro Carvalho também foram importantes, se posicionando atrás dos volantes e acompanhando as subidas dos laterais. Com os 11 no campo defensivo, o time criou duas linhas de contenção firmes e que forçavam arremates de longa distância do rival.Quando foi vencido, o goleiro Diogo Silva garantiu o triunfo com pelo menos três defesas difíceis no Clássico-Rei.