Drama do Palmeiras entra em lista de viagens conturbadas de times sul-americanos

Condições geográficas da região, tempo instável, falhas mecânicas e necessidades logísticas já levaram times a encarar aventuras perigosas

Legenda: Avião da delegação palmeirense arremeteu duas vezes em tentativa de pouso e precisou ter rota alterada na Argentina.
Foto: Foto: Divulgação / Palmeiras

Os momentos de apreensão vividos pelo Palmeiras, no último domingo (21), enquanto tentava chegar de avião até a cidade de Mendoza, na Argentina, aumentaram a lista de sustos encarados por equipes sul-americanas durante viagens pelo continente. As condições geográficas da região, tempo instável, falhas mecânicas e necessidades logísticas já levaram times a encarar aventuras perigosas.

A delegação do Palmeiras relatou ter encarado um "filme de terror" ao tentar se aproximar de Mendoza, local da partida desta terça-feira (23) contra o Godoy Cruz, pelas oitavas de final da Copa Libertadores. O piloto tentou pousar duas vezes, não conseguiu e mudou o destino para Rosário e, depois, deixou o elenco em Buenos Aires.

O Estado relembra outras histórias de sustos encarados por equipes sul-americanas durante viagens pelo continente.

Susto no meio das montanhas

A delegação do São Paulo sofreu com uma viagem até Oruro, na Bolívia, onde enfrentou o San José, pela Libertadores de 1992. Para poder minimizar os efeitos da altitude de 3,7 mil metros acima do nível do mar, a equipe viajou à cidade perto da hora do jogo transportado por uma aeronave da Força Aérea Boliviana. Segundo relatos dos jogadores, o avião era velho, com bancos de madeira e com motores barulhentos.

Os jogadores ficaram preocupados na hora do pouso. Com a cidade cercada por montanhas, muita turbulência e sem visibilidade, houve muita preocupação. O susto não passou mesmo com a aterrissagem. A pista era um local improvisado, com cascalhos e terra. Quando o avião tocou o solo, muita poeira foi levantada e o time demorou a se tranquilizar.

Avião do Corinthians bate no Equador

Depois de derrotar o Espoli, do Equador, pela Libertadores de 1996, o Corinthians teve problemas para deixar a cidade de Quito. Quando tentava decolar, a aeronave teve um problema técnico. O piloto tentou frear, mas não conseguiu e o avião deslizou pela pista, passou pela área de escape e bateu em um muro de concreto vizinho ao aeroporto. A colisão fez o combustível vazar dos tanques e os passageiros tiveram medo de explosão.

Com um tumulto dentro do avião para tentar sair do local, alguns jogadores chegaram a saltar. O atacante Tupãzinho sofreu queimaduras leves pelo contato com a querosene e torceu o tornozelo ao tentar pular da asa para o chão. Logo depois os bombeiros chegaram e realizaram o resgate dos membros da delegação.

Voo cancelado a tempo

A Universidad de Chile se preparava para deixar Santiago e vir ao Brasil para enfrentar o Corinthians, pela Copa Sul-Americana de 2017. O time estava sentado dentro da aeronave, preparado para deixar o país, quando um aviso do piloto deixou todos assustados. Ao notar problemas mecânicos, o comandante afirmou que seria necessário cancelar a viagem e que todos deveriam deixar a aeronave imediatamente.

Os chilenos ficaram nervosos e logo desceram do avião para esperar uma nova tentativa de viajar até São Paulo. Depois de duas horas de espera e de expectativa, a Universidad de Chile conseguiu entrar em um novo avião e completar o deslocamento sem problemas.

Lembrança da Chapecoense

Após a Chapecoense ter sofrido uma tragédia aérea na Colômbia, em novembro de 2016, um outro time levou um grande susto na mesma cidade, em Medellín. Em março de 2018, os equatorianos do Delfín tentavam voltar para casa depois de ter enfrentar o Atlético Nacional, pela Libertadores. O avião da equipe havia deixado o aeroporto há alguns minutos quando um problema técnico deixou todos apreensivos.

Como houve uma falha de pressurização dentro da aeronave, foi necessário voltar rapidamente à pista para evitar qualquer risco aos jogadores. Os atletas ficaram muito assustados e tiveram de passar a madrugada no local à espera da resolução do problema. Logo depois, o time conseguiu voltar.

Time equatoriano volta a sofrer

O Delfín teve um novo trauma aéreo em fevereiro deste ano. Depois de jogar fora de casa contra o Caracas, pela Libertadores, a equipe equatoriana precisou voltar às pressas para a capital venezuelana. Depois de 1 hora e 30 minutos de voo, o comandante notou uma falha técnica e procurou retornar rapidamente ao aeroporto de origem, para procurar uma outra aeronave com condições de fazer o transporte. Os jogadores voltaram a ficar bastante assustados.


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