Crossfit ou treino funcional? Entenda as diferenças entre o Cross tradicional e as novas tendências

Com o crescimento de modalidades mescladas ao “Cross”, como Croos Foot e Cross Foot, saiba as especificidades entre um treinamento e outro

Legenda: O treino de crossfit trabalha todas as capacidades físicas, entre elas resistência cardiorrespiratória
Foto: Foto: Kid Júnior / SVM

As cidades têm ganhado cada vez mais “boxes” e as pessoas interessadas em um treino dinâmico encontram no Crossfit uma alternativa. O treinamento de alta intensidade foi criado pelo americano Greg Glassman em meados de 1990 e reúne levantamento de peso olímpico, ginástica, atletismo. O fato é que alguns boxes e academias se apropriam do conceito e metodologias aplicados no Crossfit para desenvolver outros treinamentos.

“O Crossfit é a junção das três modalidades. Cross training é o mesmo método, mas a não afiliação à marca. Funcional parte de outra mentalidade, que pensa em melhorar o funcionamento da pessoa”, explica o educador físico Damilson do Nascimento.

O treino de crossfit trabalha todas as capacidades físicas, entre elas resistência cardiorrespiratória, resistência muscular, força, flexibilidade, equilíbrio e precisão. É uma atividade que oferece uma série de benefícios, mas também pode desencadear lesões se não for executada corretamente.

Os movimentos-base do crossfit envolvem as articulações e reproduzem funções primárias como agachar, correr, saltar, puxar e empurrar. Para a prática, é comum utilizar pesos, anilhas, barras olímpicas e entre outros.

“A atividade trabalha também o emocional, porque tem a coisa da superação, do algo a mais, e da competição”, destaca Damilson.

O profissional explica que o treinamento funcional, diferentemente do Cross, se baseia nos movimentos naturais do ser humano, como correr, girar e agachar. “É um treinamento direcionado. Funcional é um método, você utiliza para melhorar seu condicionamento e Crossfit é uma marca/esporte”.

Mistura de modalidades

A combinação de elementos do Cross aplicados à um objetivo específico tem se tornado comum em treinamentos profissionais e em academias. O CrosSurf surgiu assim. "Para vivenciar o surfe, você quer ficar logo em pé na prancha. Muita gente não tem essa habilidade, não tem o preparo físico, e isso é também a ideia do treinamento, reforçar esses conceitos. Serve tanto para iniciante quanto para avançado", diz Maurício Franklin, instrutor da Prosurfe. 

O CrosSurfe treina e condiciona os surfistas para melhorar as suas capacidades físicas de surfistas. A prática fora em potencializar capacidades físicas do praticante, melhorar a resistência respiratória e cardiovascular, a resistência muscular, a flexibilidade, força, equilíbrio e tomada de decisões. Dani Veras sentiu os benefícios da atividade.

“Já surfava há um tempo e dei uma parada. Eu queria voltar, então foi uma opção para melhorar meu condicionamento físico. É bem focado nisso também, porque tonifica muito os músculos". 

Em Fortaleza, há também o “Cross Foot”. Uma adaptação baseada nos treinamentos profissionais de times de futebol, que utiliza elementos como cones, escadinha de velocidade, e aposta na condução da bola. 

A prática trabalha a melhora na tomada de decisão, a velocidade de raciocínio, coordenação motora, agilidade e condicionamento físico e trabalha basicamente com o uso do peso corporal. Por não utilizar fundamentos do atletismo, ginástica olímpica e levantamento de peso, a atividade se aproxima mais do treinamento funcional.

Com dores constantes nas costas, Eduardo Alcoforado, de 39 anos, foi buscar na prática melhores condições físicas.

“Eu sempre gostei muito do futebol e todos os movimentos do Crossfoot são atrelados à bola. Não suporto academia pela mesmice, aqui são exercícios diferentes todos os dias e com a bola. Estou perdendo peso e pretendo seguir praticando esporte".


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