Corinthians segura o Flamengo em empate sem gols no Maracanã

Cariocas e paulistas voltam a se encontrar pela semifinal da Copa do Brasil no próximo dia 26, às 21h45, em São Paulo

O Corinthians conseguiu segurar o Flamengo em um empate sem gols no jogo de ida da semifinal da Copa do Brasil, disputado nesta quarta-feira (12), em um Maracanã que recebeu 53.303 pessoas.

Na segunda partida de Jair Ventura no comando, a equipe corintiana apostou em proposta ainda mais cautelosa do que na derrota para o Palmeiras, no último domingo (9), pelo Brasileiro.

Com a entrada de Gabriel no lugar de Roger, que não pode defender o clube na Copa do Brasil, o volante se juntou a Ralf e Douglas no meio-campo, aumentando o poder de marcação. Assim, Jair Ventura procurou primeiro frear o ímpeto dos flamenguistas, para depois tentar sair em contra-ataque, apostando na velocidade de Clayson e Romero.

No momento defensivo, a dupla fechava pelos lados do campo, formando em alguns momentos uma linha de cinco homens no meio, com Jadson mais adiantado esperando a retomada da bola para tentar acionar um dos dois.

Na primeira etapa, o Flamengo chegou a ter mais de 60% da posse de bola, um pouco atrapalhada pelo estado ruim do gramado do Maracanã. Porém, os cariocas esbarraram na defesa do adversário e passaram a tentar ameaçar o Corinthians em chutes de longa distância e bolas pelo alto.

Mesmo com a bola nos pés do rival, as chances mais claras de abrir o placar no primeiro tempo foram do Corinthians, que desperdiçou ambas. 

Paquetá recuou bola perigosa para a defesa rubro-negra e entregou no pé de Clayson. O atacante invadiu a área em velocidade pela direita, mas chutou mal e acertou a rede pelo lado de fora. Logo na sequência, após boa tabela entre o camisa 25 e Jadson, Douglas recebeu em boa condição de marcar, mas o chute cruzado saiu torto.

O segundo tempo manteve a tônica do primeiro, com o Flamengo tentando jogar com a bola no pé para criar as chances de gol. Mas o time novamente mostrou dificuldades para quebrar o bloqueio rival.

Então, o técnico Mauricio Barbieri tentou dar mais poder de área com as entradas de Henrique Dourado e Lincoln. Após as mudanças, o Flamengo passou a buscar ainda mais a bola aérea, que só ajudou a confirmar as boas atuações de Henrique e Léo Santos no miolo de zaga corintiano, além de Cássio, de atuação segura no Rio de Janeiro.

Com o empate sem gols, Jair Ventura chega a sua segunda partida no comando do Corinthians sem vencer -na estreia, ele perdeu para o Palmeiras por 1 a 0, pelo Brasileiro. O clube não vence há quatro jogos. Na última vitória, o 2 a 1 sobre o Colo-Colo em Itaquera, ainda sob ordens de Osmar Loss, a equipe acabou eliminada da Copa Libertadores.

Corinthians e Flamengo voltam a se encontrar pela semifinal da Copa do Brasil no próximo dia 26, às 21h45, em São Paulo.

Palmeiras perde em casa

Hernán Barcos, 34, foi artilheiro do Palmeiras e campeão da Copa do Brasil de 2012. Só não jogou as duas partidas da final contra o Coritiba por ter sido operado às pressas para retirada do apêndice. Seis anos depois, ele pode tirar seu antigo clube do torneio. O que no futebol fica eternizado como "lei do ex".

A partida ficou marcada também por um polêmico gol de Antonio Carlos, nos acréscimos, anulado pela arbitragem. Seria o empate.

O atacante argentino fez o gol da vitória do Cruzeiro por 1 a 0, nesta quarta (12), no Allianz Parque, pela partida de ida das semifinais da Copa. A volta será no próximo dia 26, no Mineirão.

O Cruzeiro joga pelo empate para ir à final. Se vencer pela diferença de um gol, o Palmeiras leva a decisão para os pênaltis. Caso ganhe com dois ou mais gols de vantagem, se classifica. Na Copa do Brasil, o gol como visitante não é critério de desempate.

O passe para o gol de Barcos foi feito por Robinho, outro ex-palmeirense. Só faltou o lateral Egídio, vilão da eliminação do time paulista na Libertadores do ano passado (ele perdeu pênalti contra o Barcelona-EQU) também ter participação decisiva. Ele hoje está no Cruzeiro.

Foi a segunda vez que o Palmeiras começou perdendo uma partida desde que Luiz Felipe Scolari assumiu o comando do time, no final de julho. A primeira havia sido contra o Cerro Porteño (PAR), na partida de volta das oitavas de final da Libertadores. Os paraguaios venceram por 1 a 0, mas a equipe brasileira se classificou.

O gol aos 4min, quando Barcos saiu com a bola diante de Weverton e apenas deslocou o goleiro, fez com que o Cruzeiro confiasse ainda mais que seu esquema de se retrair e sair com toques rápidos, era correto. Ainda mais porque o Palmeiras passou a se sentir obrigado a ir mais para o ataque.

Com um pouco mais de precisão de Robinho nos passes, os mineiros poderiam ter levado ainda mais perigo. 

O Palmeiras também tentava tocar a bola com velocidade para envolver a defesa adversária. Moisés acertou a trave em jogada individual e Borja tentou um chute de fora da área.

Quanto mais o tempo passava no primeiro tempo, mais a torcida se enervava com o que acreditava ser cera do Cruzeiro. A irritação passou da arquibancada para o campo.

Dudu, não conhecido pela calma, levou cartão amarelo. Chegou a pedir para o árbitro Wagner Reway consultar VAR para mudar a decisão de um lateral. O médico do Cruzeiro e Barcos se enfureceram com os maqueiros que tentaram tirar o argentino de campo quando este estava caído no gramado. Weverton reclamou do tempo gasto.

As constantes consultas do juiz ao sistema eletrônico também Mano Menezes, do sério. Ele sinalizou que a arbitragem deveria confiar mais no que estava vendo em campo.

Ele e o Cruzeiro buscam o segundo título consecutivo da Copa do Brasil. Foram campeões no ano passado diante do Flamengo, que pode voltar a ser adversário em 2018. O clube carioca empatou em 0 a 0 a primeira semifinal contra o Corinthians.

Esperava-se que o Palmeiras voltasse para o segundo tempo para pressionar. Isso não aconteceu. O primeiro chute ao gol após o intervalo aconteceu apenas aos 18min, com o lateral Mayke.

Como todas as equipes dirigidas por Mano Menezes, o Cruzeiro era disciplinado taticamente e paciente para ter a chance para sair da defesa. A estratégia usada nas quartas de final, contra o Santos (quando venceu fora de casa e se deu ao luxo de perder no Mineirão), funcionou mais uma vez.

A partir dos 37min, os donos da casa tiveram um jogador a mais após a expulsão de Edílson por colocar a mão na bola. Ele já havia recebido cartão amarelo. Antes disso, Felipão havia mudado o ataque, tirado Borja e colocado Arthur. 

Foi quando a pressão começou. 

Como tudo sempre muda no futebol, Egídio parece ter esquecido que não é mais do Palmeiras e tentou empatar a partida com um gol contra. Fábio fez grande defesa e não permitiu. Segundos depois, Lucas Lima acertou a trave.

Houve o gol, as reclamações, bolas na trave... Faltava a polêmica.

 

No último lance da partida, Fábio saiu do gol e largou a bola e Antonio Carlos fez o gol. O árbitro invalidou o gol, determinando que houve falta no goleiro.