Chloé Calmon domina baterias e se candidata ao ouro no Pan

Ela é a única brasileira no surfe a ter passado por todas as baterias, sem perder nenhuma delas. Dois brasileiros deixaram a competição: Robson Santos-SP e Karol Ribeiro-RJ

Legenda: Chloé Calmon é favorita à medalha de ouro no Pan de Lima
Foto: Eve Santos

O terceiro dia do surfe nos Jogos Pan-Americanos parecia repetir o roteiro do dia anterior com as derrotas e respectivas eliminações  dos dois atletas brasileiros representantes da modalidsde olímpica Short Boards, as pranchinhas. Assim, Robson Santos-SP e Karol Ribeiro-RJ se despediram precocemente da competição dando adeus ao sonho da medalha olímpica.

Contudo, bastou os longboarders entrarem em cena para a maré virar a favor do Brasil. O primeiro a garantir vaga na fase 3 do evento principal foi o paulista de São Sebastião, Wenderson Biludo. Em uma difícil bateria em que encarou o ídolo peruano Picolo Clemente, Wenderson conseguiu manter a calma e fazer uma boa escolha de ondas para despachar o costarriquenho Antoni Flores e avançar em segundo junto com o local hero, que aproveitou a intimidade com o pico pra garantir as melhores ondas e notas da bateria.

"Estou feliz com minha performance. As ondas estavam grandes e o line up aqui é muito extenso o que dificulta o posicionamento no out side. Além disso quebrei minha melhor prancha nos treinos da terça, então o saldo foi positivo. Agora é focar na próxima bateria, sempre um passo de cada vez", declarou Biludo.

Na sequência foi a vez da carioca Chloé Calmon dar seu show e mostrar porque é considerada uma das favoritas à conquista da medalha de ouro no Pan.

Chloé dominou a bateria do início ao fim deixando as duas adversárias, Mathea Dempfle-Can e Michel Soriano-Equ, precisando de uma combinação de notas para superá-la. No final Chloé venceu a bateria somando um 8.33 e um 6.33, trazendo consigo a canadense Mathea, que terminou na segunda colocação.

"Lá dentro estava complicado. Eu cheguei cedo pra estudar as ondas mas somente quando entrei que pude perceber o quão grande estava o mar... As ondas estavam muito balançadas e difíceis de conseguir sustentação e estabilidade suficiente pra caminhar até o bico... Na primeira onda eu achava que ia levantar voo a qualquer momento de tanto bump (degraus) que tinha... Na minha melhor nota a onda armou a parede certinha pra eu ir pro hangten, que é uma manobra de alta dificuldade no longboard e a que mais pontua. Foi rápido, mas foi o máximo que eu consegui... No final eu fiquei muito feliz de ter entrado e saído no mar sem tomar nenhuma série na cabeça, não ter quebrado prancha, não ter me machucado e ter passado mais uma bateria", finalizou Chloé.

Fechando o dia a brasileira Nicole Pacelli (Sup Wave) encarou uma bateria dramática com poucas ondas. Com 15 minutos de bateria a paulista ainda não tinha surfado uma única onda e suas adversárias haviam surfado apenas uma onda, cada. Foi quando surgiu a que parecia ser a onda salvadora na qual a brasileira cravou a maior nota da bateria, assumindo a segunda colocação. Contudo, faltando apenas três segundos para o término da bateria a argentina Lucia Cosoleto pegou uma boa onda tirando das mãos da brasileira a segunda colocação e a vaga na faze seguinte. Vencendo a bateria tivemos a americana Candice Appleby. Com o resultado Nicole caiu para a repescagem se juntando ao outro atleta do Sup Wave, Luiz Diniz, na difícil missão de retornar ao evento principal. Mas, nada está perdido. O caminho para o ouro apenas ficou um pouco mais longo e mais emocionante.