Cearense Ari é alvo de racismo ao defender seleção russa e responde: 'não me atinge'

Revelado pelo Fortaleza, atacante foi o primeiro negro a atuar pela Rússia na história

Legenda: O atacante Ari é natural de Fortaleza, mas se naturalizou russo para defender a seleção nacional.
Foto: Foto: Federação Russa de Futebol/divulgação

O cearense Ari foi alvo de comentários racistas após ser convocado para defender a Rússia pelas eliminatórias da Eurocopa 2020, contra Bélgica e Cazaquistão. Em entrevista ao site Sport Express, o experiente jogador russo Pavel Pogrebnyak, do FK Ural, chamou de "rídiculo" o fato de um negro ser convocado para a seleção. Com mais de 23 anos atuando no futebol do exterior e naturalizado para defender o país em 2018, o atacante lamentou as injúrias raciais.  

"Um cara desses nem merece atenção. Esse fato não me atinge, apenas me fortalece. É só mais um caso entre tantos que já tive que lidar. Fico pensando nos que sofrem diariamente com racismo e não possuem uma base para encarar uma pessoa de alma tão fraca como a dele. O preconceito racial é uma realidade, Devemos lutar contra ele, educar nossos filhos e nos conscientizar cada vez mais", declarou.

Aos 33 anos, o atacante revelado pelo Fortaleza vive seu melhor momento no futebol. Artilheiro do Krasnodar no campeonato russo, o atleta se tornou o primeiro negro a defender a seleção russa na história, durante amistoso contra Alemanha no ano passado. Segundo informou Alexander Baranov, diretor responsável pela liga local, uma investigação foi iniciada. 

Repúdio

O Atlético Cearense, clube arrendado por Ari e que disputa o Estadual de 2019, lançou nota se solidarizando com o atacante. A diretoria da equipe informou atitudes como a Pavel Pogrebnyak não podem mais acontecer sem que haja punição.

"Todos que fazem parte da família Atlético Cearense são contra o racismo e toda e qualquer forma de discriminação. Reiteramos o nosso total apoio ao Ari, pois sabemos de toda sua qualidade técnica e sua dedicação para conseguir chegar onde está hoje. Esperamos que as autoridades competentes tomem as providências cabíveis a atitudes como essa, que não podem passar impunes", diz a publicação.


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