Associação proprietária de sede do Ceará cobra suposta dívida de R$ 12 milhões

Um dos associados é filho do "Vovô" que originou o apelido oficial do clube

Legenda: Ceará realiza trabalhos diariamente na sede Carlos de Alencar Pinto.
Foto: Foto: Divulgação / CearaSC.com

O local onde o Ceará realiza os treinamentos diários, a sede Carlos de Alencar Pinto, virou motivo de imbróglio judicial entre a Associação Desportivas dos Amigos Alvinegros (ADAC), proprietária do terreno, e o clube. A entidade acionou o Alvinegro na Justiça cobrando uma suposta dívida de R$ 12 milhões por débitos de relativos ao uso do equipamento de dezembro de 2013 até fim de 2018. O caso corre na 27ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, sob a jurisdição da juíza Mirian Porto Mota Randal Pompeu.

Presidente da ADAC, Meton de Alencar Pinto, é filho de Meton de Alencar, ex-presidente do Ceará que motivou o apelido carinhoso do clube "Vovô", nome concedido em sua homenagem. A associação alega um débito junto ao clube no valor de R$ 11,25 milhões.

Segundo o advogado representante da ADAC, Sanzio Teixeira, "a discussão é jurídica e, por estar sub judice, o Poder Judiciário vai dar a solução apropriada ao caso. A remuneração é pelo uso do imóvel de propriedade da ADAC", finalizou justificando a cobrança.

Acordo

Mesmo com a dívida milionária, a ADAC quer entrar em um acordo com o clube em audiência de conciliação. A defesa da associação conta que já houve reuniões para resolver a situação, mas não ocorreu consenso. Entre as medidas pedidas está o bloqueio das rendas dos jogos do time na Série A do Brasileiro e cotas televisivas, além de solicitar que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação Cearense de Futebol (FCF) sejam notificadas para que os débitos sejam depositados em juízo até que haja uma solução no caso.

"Não querem arriscar pagar as custas e perder, aí terão que pagar a sucumbência, que varia entre 10 a 20% do pedido e não abriremos mão de nenhum centavo", afirmou Jamilson.

Juíza do caso, Mirian Porto Mota Randal Pompeu negou e deu cinco dias para que a ADAC prove a “hipossuficiência econômica”. Senão, as custas judiciais devem ser pagas ou o caso não terá andamento.

Através das redes sociais, o diretor jurídico do Ceará, Jamilson Veras, se manifestou satirizando a acusação e afirmando que o clube vai vencer o conflito judicial. "Uma vitória que faz até catacumbas se abrirem! Mas vamos com confiança em Deus que muitas outras virão! Eita @CearaSC gigante! #acasaénossa", publicou.

 

Entenda o caso

Fundada em outubro de 1944, a ADAC foi formada por torcedores e dirigentes do Ceará Sporting Club. A primeira ação do grupo foi comprar um terreno com recursos próprios para a construção de um estádio, mais tarde denominado Carlos de Alencar Pinto, atual sede do clube em Porangabuçu.

Em comum acordo, o Ceará teria se comprometido a pagar uma contraprestação mensal para a associação, mas a dívida teria sido deixada de ser quitada há sete anos, segundo a associação. O estatuto da ADAC, publicado no site do clube, prevê a utilização da propriedade enquanto o time existir.