Análise: Técnico novo, velhos erros corais

Na estreia do técnico Marcelo Veiga, Ferroviário é derrotado pelo ABC, por 2 a 1, na Arena Castelão, com gol no fim do jogo e amargar a quarta derrota seguida, se complicando ainda mais na luta pela classificação para a 2ª fase

Legenda: O Ferroviário voltou a jogar mal e amargou sua quarta derrota seguida na Série C, ficando ameaçada sua classificação 
Foto: FOTO: KID JUNIOR

Sai técnico, entra técnico, e o Ferroviário continua seu calvário na Série C do Campeonato Brasileiro. Na estreia do treinador Marcelo Veiga, o Ferrão mostrou os erros costumeiros dos jogos anteriores com Leandro Campos e foi derrotado, por 2 a 1, na Arena Castelão, para o ABC, então o último colocado no Grupo A, com direito a gol no fim do jogo.

Com o resultado, o time coral, em queda livre na Série C, chega a sua quarta derrota seguida na competição, vivendo o seu pior momento no certame, pressionado pela torcida, incrédula com a queda de produção de um time que liderou a Série C com folgas e 80% de aproveitamento.

Mas aquele Ferroviário encaixado com Marcelo Vilar não existe mais, e taticamente não evoluiu nada com Leandro Campos, demitido pelo desespero da diretoria ao ver a vaga que era certa escapar pelos dedos.
A tentativa de um novo treinador, de peso pela história como jogador - autor do gol do título cearense de 1988 - não surtiu efeito. Marcelo Veiga não conseguiu dar aquele choque de ânimo na mudança de comando tão vista.

O Ferroviário mostrou um futebol muito semelhante aos piores momentos com Leandro Campos, como o jogo com o Globo e Sampaio Corrêa. Não é exagero afirmar que o 1º tempo coral mais uma vez não existiu. E olha que Marcelo Veiga entrou em campo com apenas duas novidades: Léo Jaime e Hiltinho. No mais, estava em campo os mesmos jogadores que levaram o Ferroviário para a liderança.

Nervoso em campo, sem criatividade e repertório de jogadas, o Ferroviário não conseguiu criar nada no 1º tempo, deixando Edson Cariús e Léo Jaime sem receber uma bola sequer para finalização. Defensivamente, a equipe coral, embora insegura, não teve tanto trabalho, pela inoperância do fraco time abecedista, desesperado para pontuar, em situação crítica na luta contra o rebaixamento.

Na etapa final, o nervosismo coral ficou ainda mais latente com o crescimento em campo do ABC, que passou a criar jogadas de perigo. Primeiro, Lohan chutou para a defesa de Nícolas; mas, no lance seguinte, ele venceu o goleiro coral e fez 1 a 0.

O Ferroviário tinha pelo menos 35 minutos para buscar uma virada. Foi para cima de forma desordenada, e chegou ao empate 10 minutos depois, em cruzamento de Michael na cabeça de Hiltinho.
Alívio momentâneo da torcida, que vibrou com o empate, mas vaiava a equipe até ali.

Já mais ofensivo com Juninho Potiguar e Isaac Prado, o time coral teve tímida melhora, com os nervos mais no lugar, suficiente para Edson Cariús e Lucas Mendes chegarem perto da virada.

No fim
Mas a ansiedade e o desespero para virar o jogo foram fatais para o Ferroviário que cedeu espaços generosos na defesa. Com o time todo à frente, sofreu o gol aos 46 minutos, com Wallyson só tirando do goleiro Nícolas: 2 a 1.

A partir daí, as vaias se intensificaram, o nervosismo coral também e a quarta derrota seguida foi consumada após os 49 minutos.

Resta agora ao Ferrão tentar a recuperação, já que está em 4º, com 23 pontos, e vê três clubes ameaçarem sua classificação, restando três rodadas: Imperatriz, Botafogo/PB e Santa Cruz, todos com 21.