Análise: Fortaleza é superado no Rio por um Flamengo melhor tecnicamente

Time comandado por Rogério Ceni se segura na marcação, mas acaba sendo superado por um rubro-negro inspirado, que contou com dois gols do atacante Gabriel, um em cada tempo, para ficar com a vitória no Engenhão

Legenda: Gabriel foi o nome do jogo ao marcar duas vezes e garantir o triunfo rubro-negro no Engenhão
Foto: Foto: divulgação / Flamengo

A ressaca após o título da Copa do Nordeste estava encerrada e o campeão Fortaleza foi ao Rio de Janeiro para jogar pela 7ª rodada da Série A do Brasileiro. Atuando no Engenhão, ontem, o Leão perdeu para o Flamengo por 2 a 0. Os gols rubro-negros foram marcados por Gabriel, que balançou as redes uma vez em cada tempo.

O resultado deixa o Leão estagnado na 14ª posição, com sete pontos, e liga o alerta para uma equipe que pode encerrar a rodada em queda na tabela, tendo em vista os seis jogos restantes. O próximo desafio é diante do Athletico/PR na quarta-feira (5), às 19h15, pela Copa do Brasil - primeiro jogo foi 0 a 0. Depois, volta às atenções ao Brasileirão, para enfrentar o Grêmio, sábado (8), às 19h, no Rio Grande do Sul.

Pressão rubro-negra

O Flamengo foi soberano na etapa inicial. Fruto de uma postura reativa do Fortaleza, que seguiu com o tradicional 4-2-4, mas apresentava muitas dificuldades na saída de bola, facilmente recuperada pelo rubro-negro. Elemento surpresa na escalação, Marcelo Böeck foi fundamental para evitar um placar mais elástico, no entanto, atrapalhou o funcionamento da equipe, projetada para trabalhar com o goleiro Felipe Alves na armação - arqueiro deixado na reserva.

O primeiro gol rubro-negro saiu apenas aos 39, em jogada trabalhada por Diego e Arrascaeta, que terminou em Gabriel, livre. Não há falha na marcação diante de um lance primoroso, construído de pé em pé, o que fica de registro é a supremacia técnica e a facilidade com que a defesa tricolor foi superada.

Sendo encurralado por um time carioca com apetite e inflamado pela torcida, que esgotou todos os ingressos da partida, o Leão pecava pela falta de mobilidade ofensiva. Kieza e André Luís, estáticos, eram presas fáceis e não seguravam a bola para a chegada dos atacantes de lado. Estratégia forjada para o contra-ataque e destoante da proposta de Ceni, que sempre zelou pelo protagonismo na partida.

DNA agressivo

Mesmo com uma apresentação ruim, é preciso ressaltar que o Fortaleza não se acovardou. Responsável pelo contra-ataque, Marcinho seguia aberto na extrema esquerda, assim como os laterais Bruno Melo e Gabriel Dias, que não mediram esforços para chegar na linha de fundo. Risco evidente contra um adversário que contava com atletas de velocidade e disposição para atacar espaços, prática de Everton Ribeiro e Gabriel.

O único lance de perigo tricolor saiu com Marcinho, que aproveitou cruzamento de Romarinho aos 9 da etapa final e cabeceou com precisão, mas parou nas mãos do goleiro Diego Alves, que fez brilhante intervenção. 

As mexidas de Ceni tentaram fornecer ao Leão maior refino no último terço. Dodô entrou para acelerar a transição, enquanto Osvaldo tinha a missão de acender a verticalidade. A conjuntura trouxe mais posse, no entanto, a dança da equipe era maior sem a bola. O desgaste de manter-se compacto para gerar maior resistência defensiva era evidente e deixava o Leão mais acuado com a bola.

Intervenção do VAR

O placar foi fechado aos 34 do segundo tempo, novamente com Gabriel. O atacante mandou no canto esquerdo de Böeck para ampliar, mas o arbitragem anulou o lance sinalizando impedimento. O gol foi validado após checagem do VAR. Foi a 3ª vez que o recurso apareceu contra o Fortaleza, empregado também nos confrontos contra os cariocas Botafogo e Vasco.