Alvo de racismo na Bolívia, jogador brasileiro relato choro dos filhos

Atacante Serginho deixou a partida entre Jorge Wilstermann e Blooming após as injúrias raciais

Legenda: Jogador declarou que vai seguir atuando no clube boliviano
Foto: Foto: AFP

O meia brasileiro Serginho se pronunciou sobre as ofensas racistas sofridas no último domingo (17), durante a partida entre Jorge Wilstermann e Blooming, pelo Campeonato Boliviano. O jogador reuniu jornalistas locais e desabafou sobre o ocorrido no fim de semana, especialmente pela reação dos filhos, que testemunharam o caso lamentável pela televisão.

"Meus filhos choravam o tempo todo em casa, quando cheguei. Tenho um filho de 11 anos e uma filha de 10. Eles choravam o tempo todo, porque sabiam o que tinha acontecido. Quando atinge a gente, a família e os filhos, temos que repensar o futuro", disse Serginho, antes de garantir que seguirá no time.

"Vou ficar porque amo este clube e não tenho que fazer 'média' com ninguém. Tudo o que tenho devo muito a este clube, que nunca me abandonou, em nenhum momento. Perdoo todos que fizeram isso comigo, tem que abrir um precedente para tudo isso acabar de uma vez por todas", afirmou.

Serginho relatou os xingamentos racistas, que o fizeram deixar o campo logo em seguida. O brasileiro ainda pediu uma reflexão aos torcedores.

"Tenho família, tenho filhos; estavam todos vendo pela TV. É lamentável que a gente enfrente essas coisas, eu suportei até quando deu, até onde deu. Tem um momento que não dá mais. Somos todos iguais, não sou diferente pela cor da minha pele. Há só uma raça, a raça humana", finalizou.


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