Mulheres querem ganhar mais espaço com Copa do Mundo

Italianas, chinesas e escocesas buscam ampliar participação em seus países

Na Copa da Rússia, eles não tinham para quem torcer. Mas, com a Copa do Mundo feminina na França, em junho, italianos, escoceses e chineses poderão apoiar suas seleções. Mas o farão sem o mesmo entusiasmo que têm com a versão masculina. "Meninas... Joguem a Copa do Mundo, mas não falem de tática, por favor!". Com esse tuíte, Regina Baresi, capitã da Inter de Milão, filha e sobrinha de dois ídolos do futebol italiano, resumiu à sua maneira a situação do futebol feminino na Itália.

As jogadoras da Nazionale estão se preparando para disputar o Mundial pela primeira vez desde 1999. Já os homens não conseguiram se classificar para a Copa da Rússia, o que não acontecia desde 1958. Mesmo assim, Fulvio Collovati, campeão mundial de 1982, disse que, sob o risco de ficar com "o estômago embrulhado", uma mulher não podia "falar de tática", porque "ela não entende disso como um homem".

Pensamento que vai de encontro ao que diz a técnica da seleção feminina italiana, Milena Bertolini, sobre a Copa deste ano. "Isso poderá fazer as meninas, mas também todos os italianos, compreenderem a normalidade de o futebol ser jogado por mulheres", projetou a treinadora.

Na Escócia

Mais ao norte da Europa, as escocesas também alcançaram um feito ao conseguir uma classificação histórica para a Copa, dois anos após a primeira participação na Eurocopa.

Mas, ao contrário da Itália, a presença na França não servirá para compensar um tropeço dos homens, que também não jogam um Mundial desde 1998. "Tudo que está em volta melhorou e se tornou muito mais importante", disse Scott Booth, ex-jogador do Borussia Dortmund, que treina as jogadoras do Glasgow City.

Sem moral

O cenário é diferente na China, onde a equipe feminina, finalista da Copa em 1999 e que alcançou as quartas de final três vezes, sempre conseguiu resultados superiores aos homens, com apenas uma aparição em mundiais (2002).

Mesmo assim, as chinesas não provocam grande entusiasmo em seu país. O site Tencent Sports, muito popular na China, afirmou que "os torcedores só lembram do futebol feminino quando a equipe masculina perde".