Mesmo tradicionais, Argentina e Chile estão longe do favoritismo

Na Seleção Argentina, Messi sente a responsabilidade de ser campeão. Entre os chilenos, a técnica já não é a mesma de 2015 e 2016. Com isso, Venezuela e Colômbia ganham protagonismo nas decisões de hoje

Legenda: Msssi precisa superar a sina de eliminações com a Argentina
Foto: Mauro Pimentel/AFP

Nunca existiu tanta ameaça ao favoritismo, ou melhor, nunca um favorito esteve tão desgastado. A imagem do mata-mata é de uma Argentina fragilizada e com possibilidade de ser eliminada de forma precoce. Há quatro anos, no Maracanã, um divisor de resultados agravou ainda mais a crise na Seleção: o vice-campeonato mundial trouxe consequências para as costas de Messi ou quem surgisse como referência técnica, para auxiliar na divisão dos fracassos. Ficou próximo da desclassificação para Copa do Mundo, na Rússia.

E o que mais evidencia este ciclo descendente entre o comando técnico de Jorge Sampaoli ao interino Lionel Scaloni, além do número total de cinco treinadores em cinco anos, é a falta de identidade que influencia no padrão de jogo. Talvez, esteja aí a queda de desempenho e o favoritismo ameaçado.

Nos últimos três anos, a Seleção Argentina teve 39 escalações diferentes e, hoje, às 16 horas, no Maracanã, contra Venezuela, há forte possibilidade dos "hermanos" utilizarem a 40ª formação sem repetições. O espelho é o seguinte: entre um jogo e outro, sai um atleta que não está bem, entra outro que tem um desempenho acima, no jogo seguinte ele se torna titular. Esse é o aspecto mais forte que "quebra" a força dos argentinos.

O cenário enfraquecido ainda tem o componente de evolução da Venezuela, a antiga referência de saco de pancadas faz um trabalho de reestruturação técnica do futebol, mesmo com a crise política acentuada no país.

Rafael Dudamel foi goleiro da Seleção principal no período das goleadas. Hoje, é o símbolo da reconstrução: foi treinador do Sub-17 e atualmente é da Seleção sub-20 e da principal. Nos últimos oito anos, duas vitórias, duas derrotas e dois empates contra Argentina. O que salva o favoritismo, ainda, é a tradição.

Inversão de valores

A Seleção Chilena é a atual bicampeã da América, mas longe de alcançar o favoritismo ao tri. Mesmo com a manutenção da base, o desempenho caiu e não há mais status de preferência pela semifinal.

A Colômbia está 100% na competição, vem de um retrospecto de Copa do Mundo chegando às quartas e oitavas de forma consecutiva. Passou na 1ª fase, com 100% de aproveitamento e nenhum gol sofrido. É uma Seleção mais padronizada e equilibrada. O retrospecto recente no Mundial credencia os colombianos como favoritos, às 20 horas, na Arena Corinthians.

O futebol está cada vez mais estudado e científico, mas, contudo, ainda existe a ressalva do inexplicável.