Meditação entre os clássicos

Sete dias em destaque. O espaço entre o jogo Fortaleza 0 x 0 Ceará e o próximo clássico no domingo, 17. Os dois outra vez em campo. Os mesmos atores. Luz, câmera, ação. Diretor teatral Rogério Ceni. Diretor teatral Lisca. A diferença da peça é não comportar o mesmo enredo. Cada clássico tem uma história particular, única. O que foi visto no domingo passado é ato encerrado em si mesmo. Quando muito serve de lição para evitar a repetição de equívocos. É como diz Lulu Santos na canção: "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia". Não serão as mesmas chances para Edinho. Não serão as mesmas chances para Felipe Baxola. Chance perdida é como água do rio: passou, não volta mais. As vagas para ídolo continuam abertas. Inscrições gratuitas. Duração da prova: 90 minutos, mais os acréscimos. No clássico passado, Juninho Baiano quase deixou o nome dele lá: bateu na trave. Júnior Santos também quase deixou o nome dele lá: passou rente. Meditação entre os clássicos. O que deixou de ser feito. O que agora é preciso fazer. Tome elucubrações. Cabeças pensantes de Ceni e Lisca. Bola que rola. Cabeças não rolam. Pelo menos, por enquanto...

Atacantes

A missão dos atacantes nos clássicos é mais complicada, mas em compensação traz maior retorno se eles mandarem a bola para as redes. Nesta parte, ficaram devendo Júnior Santos (Fortaleza) e Roger (Ceará). Nos clássicos é que os atacantes se consagram. Foi assim com Clodoaldo, o Baixinho bom de bola. Foi assim com Sérgio Alves, o Carrasco.

A missão

O atacante tricolor, Wellington Paulista, tem a missão de assinalar gols. No domingo passado, ele substituiu Dodô, mas já na reta final. Não teve tempo para sentir o clássico na sua grandeza e dimensão. Também não teve chances de gol. Entrou em campo, mas em circunstâncias desfavoráveis. Merece uma oportunidade maior e melhor. A missão dele não pode ser avaliada por uma estada relâmpago em campo.

Expectativa

Wescley, de volta. Somente com seguidas participações readquirirá a forma em que se encontrava no Vozão no fim do ano passado. Wescley tem futebol suficiente para encantar multidões e arrancar aplausos de plateias variadas. Tipo do jogador que pode fazer a diferença nos clássicos.

O Castelão, sob o gerenciamento de Ceará e Fortaleza, poderá ter de volta o charme. Não entendo como se constrói um Gigante para entregá-lo a forasteiros. O Castelão é dos cearenses e como tal deve ser administrado. Tempo bom aquele em que foi administrado pelo saudoso Fares Lopes.

O Ginásio aécio de Borba, que na década de 1960 já foi quadra descoberta, chamada de Getulinho, hoje precisa de remodelação. Torná-lo moderno é uma necessidade. Do jeito que está, parece ser o primo pobre do PV. Não custa nada um toque de elegância para tornar bonito o Aécio de Borba. Já é tempo.