Imagens internas e externas

Como é a vida nos clubes? As parcerias entre os jogadores? A camaradagem? O relacionamento com o treinador? O temperamento de quem dirige? O espírito de liderança entre os atletas? É público e notório que a maioria cuida de lançar para baixo do tapete os problemas internos. E segura o quanto possível qualquer informação que possa gerar insatisfações no grupo. Demissão sempre é uma coisa nebulosa em qualquer segmento profissional. No futebol, a intensa rotatividade faz com que se torne comum um dos atos mais perversos da relação trabalhista: a demissão. Treinador sabe que pode ser demitido numa mensagem pelo telefone ou por qualquer plataforma digital. Quando o resultado não é bom, logo vem especulação sobre a queda de fulano ou beltrano. As imagens externas que os clubes passam são sempre de total tranquilidade. As assessorias de imprensa trabalham para não deixar passar notícias negativas. É uma blindagem permanente. Portanto, o que às vezes aparenta ser um mar de serenidade é, a rigor, tempestade em águas profundas. Uma coisa é a fachada. Outra coisa é o que há de verdade na vida interna dos clubes.

À distância

Muito tenho escutado falar sobre o temperamento de Rogério Ceni e o temperamento de Lisca. Opiniões as mais variadas que traçam o perfil de um e de outro. Mas qual é mesmo o perfil verdadeiro. Aí, amigos, só convivendo com eles no dia a dia para saber como verdadeiramente são. Uma coisa é o treinador em público, à beira do gramado; outra coisa bem diferente é o treinador nos bastidores, onde, longe dos holofotes, revela seu caráter.

Aperto

Leandro Carvalho não está bem. O trabalho regular que ele fazia no ano passado, indo ao ataque e voltando rápido para marcar, não está acontecendo. Além disso, sua forma de reclamar tem trazido problemas disciplinares que terminam determinando sua expulsão. Não foi para isso que o Ceará trouxe de volta Leandro. Ele mesmo deve refletir sobre suas atitudes.

Tempo

Enquanto o Ceará se desgastou em jogos distintos, o Floresta não teve outra atividade senão os preparativos para o jogo de volta com o Ceará. Isso poderá fazer a diferença amanhã.

Não sei qual o tempo suficiente para deixar no ponto um time que vai disputar a Série A. Dificilmente uma equipe consegue ingressar na competição já com todas as suas linhas ajustadas. As correções acontecem de acordo com as circunstâncias. Só a partir da quinta rodada será possível formar um juízo sobre o nível das principais equipes. Antes disso não dá.

É complexo colocar uma equipe no ponto. Para se ter uma ideia, há times que só alcançam a sintonia fina na segunda fase da competição. E há times que passam o campeonato inteiro sem definir um padrão de jogo razão por que terminam no despenhadeiro do rebaixamento. No momento, considero Ceará e Fortaleza em formação, quando se trata de Série A. Terão de melhorar muito.