Há 20 anos, Popó faturou 1º título mundial e se tornou ídolo nacional

A luta que lhe deu o primeiro título mundial ocorreu em um 7 de agosto e foi comemorada ontem. Pugilista ficou conhecido pelo estilo agressivo e preciso

Legenda: Popó foi campeão mundial durante muito tempo
Foto: Divulgação

Há 20 anos, o boxeador Acelino Popó Freitas precisou de cinco golpes para acabar com a fome da família, superar o trauma de ver o pai alcoólatra, a necessidade de retirar a mãe do trabalho de faxineira, comprar uma casa e nocautear o russo Anatoly Alexandrov de forma relâmpago a 1min41 do 1º assalto, em Le Cannet, na França. O triunfo em 7 de agosto de 1999 deu a conquista do título mundial dos superpenas (até 57,153g) da Organização Mundial de Boxe (OMB).

A saraivada de golpes, que fez o adversário deixar o ringue em uma maca, respirando com ajuda de aparelhos, e o triunfo impressionante no 1º assalto tornou Popó um ídolo nacional, ao lado de Guga e Ronaldo Fenômeno. Detalhe: os três nasceram em setembro, mas o pugilista é de 1975. Os outros dois são de 1976.

Com 23 anos e um cartel invicto de 21 vitórias, todas por nocaute, Popó se tornava o terceiro campeão mundial de boxe brasileiro, juntando-se a Eder Jofre (galos de 1960 a 1965 e penas de 1973 a 1974) e Miguel de Oliveira (médios-ligeiros em 1975).

Sua primeira defesa de título, na Fonte Nova, em Salvador, levou mais de 40 mil pessoas. Popó não decepcionou seus fãs, ao vencer por nocaute no 2º assalto o nicaraguense Anthony Martinez.

Com um estilo agressivo, violento, preciso e avassalador, seu reinado duraria quatro anos, com 10 defesas vitoriosas de cinturão. A trajetória vencedora prosseguiu também nos pesos leves até 2004, quando veio o terceiro cinturão, frente ao usbeque Artur Grigorian. A primeira derrota veio após 35 vitórias consecutivas. Foi diante de Diego Corrales, por nocaute técnico, no 10º assalto.

Popó ainda recuperaria o título mundial dos leves em 2006, ao bater Zahir Raheem e se sagrar tetracampeão, mas perderia na 1ª defesa. Fez mais três lutas (2012, 2015 e 2017), como exibição, mas já tinha deixado seu legado.


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