Fortaleza tem pouco tempo para repor peças em seu elenco

Com a Série A do Campeonato Brasileiro em pleno andamento, o Tricolor do Pici aposta em mais um zagueiro e um meia para reforçar a equipe. Cabe agora a Zé Ricardo avaliar os cenários disponíveis para definir seus titulares

É trabalho do técnico encontrar soluções, isso ninguém discute, seja qual for o padrão tático ou forma de treinamento. No entanto, nem sempre é possível corrigir um sistema de jogo sem o mínimo de peças disponível. No Fortaleza, por exemplo, o esquema chegou ao limite com o elenco enxuto e sem variação, panorama que torna ainda mais desafiador o trabalho do recém-chegado Zé Ricardo.

Ao todo, o treinador tem nas mãos 31 jogadores - sendo cinco goleiros, três zagueiros, três laterais, oito volantes, três meias e nove atacantes. O número é reflexo de uma montagem de elenco que foi planejada para estimular a competitividade interna com poucos nomes, mas traz como contraponto a ausência de reposições.

Na derrota por 1 a 0 para os reservas do Internacional, o comandante escolheu o volante Derley, em detrimento do zagueiro Nathan, para substituir Roger Carvalho, que deixou o campo machucado no segundo tempo. Desejando implantar mais intensidade para buscar o resultado, promoveu a entrada de Nenê Bonilha mais avançado, no lugar do meia Mariano Vázquez, único com aspectos de criação.

Como Bruno Melo foi expulso no duelo, Carlinhos aparece como principal escolha contra o Santos, no próximo domingo (25), às 16 horas, na Vila Belmiro, pela 15ª rodada da Série A do Brasileiro. Tendo o cenário de baixas confirmado, Zé Ricardo não deve contar com nenhum zagueiro ou lateral-esquerdo de origem na reserva diante do Peixe.

Enquanto apresenta alguns setores carentes, o time tem um excesso de atacantes de lado com Edinho, Felipe Pires, Matheus Alessandro, Osvaldo e Romarinho. Além das cinco peças, André Luís e Marlon também foram deslocados ao longo da temporada e incrementaram o ataque.

No meio, Felipe e Juninho são unanimidades entre os titulares. Para um time que atuou por boa parte do ano com dois volantes fixos, sobram jogadores com baixo volume de minutos, como Derley e Santiago Romero.

Adepta de uma postura ofensiva desde a Série B, a diretoria do Fortaleza buscou jogadores com características de velocidade e explosão para manter o padrão, criado por Rogério Ceni, mas viu o nível de dificuldade crescer como o maior dos adversários.

Soluções

O grande dilema é que, restando quatro meses e 23 rodadas para o encerramento do certame, o tempo é curto para moldar uma nova postura em campo. O clube se movimenta no mercado a fim de expandir o leque de cenários para a nova comissão técnica e trata a chegada de um zagueiro e de um meia como fundamentais.

Um caminho viável para reforçar o plantel principal é o uso de atletas das categorias de base, algo pouco explorado com Rogério Ceni. Vice-campeões do Cearense Sub-20, os jovens do clube também foram escalados para a disputa da Taça Fares Lopes e serão analisados pelo técnico Zé Ricardo.

Atuando com Edinho, Bruno Melo e Max Walef, todos revelados no clube, a expectativa da diretoria é encontrar nomes que possam ser moldados para ganhar oportunidade na Série A.