Fortaleza intensifica trabalhos físicos e tem foco até na altitude

Clube realiza atividade com bola em todos os treinamentos para aprimorar parte física e técnica do elenco. Além do exercício, Rogério Ceni monitora o sistema fisiológico do elenco e ajuda no processo preparatório para o jogo

Legenda: O Leão trabalha para que o grupo chegue preparado para todas as competições
Foto: FOTO: CAMILA LIMA

O início da pré-temporada do Fortaleza é permeado por expectativa: o elenco está mantido, Rogério Ceni permanece no clube e a estrutura segue crescendo. Tudo para se aproximar do que foi 2019, o ano mais vitorioso da história tricolor. Assim, desde o primeiro dia de trabalho, os jogadores realizam treinamento com bola.

Mais que um estilo de atividade, trata-se de uma filosofia a longo prazo. Como ex-atleta, Ceni sempre intensificou a necessidade de atuar junto do principal instrumento da profissão. E os ganhos são nítidos em termos físicos e clínicos.

Com calendário cheio, em que o Leão disputa cinco competições - Campeonato Cearense, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Série A e Sul-Americana - o processo busca resultados fisiológicos alinhados ao padrão tático em campo. Assim, a intensidade do exercício permite um melhor desempenho, como o apresentado no último Brasileirão.

A média de performance exigida a um atleta profissional é percorrer 110 metros por minutos entre corrida, trote e corpo parado. No último dia 16 de outubro, quando enfrentou o então líder Flamengo na Arena Castelão, o Fortaleza elevou o índice para 113.

Seguindo a lógica matemática, o acréscimo em um duelo de 95 minutos significa que o clube pode ter uma extensão de área ocupada similar a um atleta a mais no confronto. Números que são frutos da dedicação de Ceni extra-jogo, com envolvimento nos departamentos de preparação.

"O Rogério entende muito disso, conduz os treinos com esses dados e ainda estuda a fundo essa parte fisiológica. No fim, ajuda muito no desempenho essa união dos setores clínicos com a comissão técnica porque há influência em muitos campos do clube. Até os critérios das nossas contratações são movidos a conseguir atletas com grande capacidade de recuperação entre uma partida e outra, algo que o Ceni cobra muito", explicou Edson Palomares, fisiologista do Fortaleza.

Foco na altitude

O departamento de fisiologia do Fortaleza projeta um desafio inédito na temporada. Em fevereiro, o clube encara o Independiente-ARG, pela fase inicial da Sul-Americana. Será a 1ª vez que um time cearense participa de uma partida oficial fora do País.

No entanto, o compromisso em questão envolve a altitude. Com duelo de ida na Argentina, dia 13 de fevereiro, e retorno na Arena Castelão, dia 26 do mesmo mês, o clube se prepara internamente para uma possível classificação frente a um adversário que apresenta um estádio com condições de ar rarefeito, o que prejudica o desempenho e muda as condições do jogo.

"Já estamos trabalhando em cima disso e adquirindo novos equipamentos. Temos uma competição a mais, importante, e temos a certeza que vamos passar da 1ª fase. Então podemos ter algo inédito no futebol cearense, um jogo com altitude. O departamento médico está pronto. Trabalhei no Athletico/PR e sei das dificuldades, então estamos nos preparando para esse cenário", explicou Edson.

Antes, o Leão terá foco total no time argentino. Para o primeiro jogo, na Sul-Americana, o gerente de futebol tricolor, Sérgio Pappelin, divulgou que o ingresso do torcedor leonino será 30 dólares (cerca de R$ 120 reais).

O Fortaleza realiza um trabalho integrado entre comissão técnica e departamento de fisiologia para aprimorar a condição do elenco em 2020. Um dos focos é a Sula, com chance de jogo na altitude.