Fortaleza de olho em mais um título

O Leão parece insaciável. No ano passado, fez do Centenário motivo especial para uma virada histórica. Vejam só: em 2017, Série C. Em 2018, campeão da Série B. Em 2019 Série A e já campeão cearense. E mais: de olho na Copa do Nordeste. Para trás as humilhações de oito anos de Série C. Depois disso, só ascensão. Tudo começou com o ex-presidente Luís Eduardo Girão, hoje senador da República. Marcelo Paz, o sucessor, manteve o planejamento. Agora se prepara, visando ao desafio maior: brilhar na Série A nacional, onde já esteve algumas vezes, já no modelo pontos corridos. A primeira em 2003, onde não foi feliz, pois caiu no mesmo ano. Voltou em 2005, quando terminou em 13º lugar, na frente de times como Flamengo, Atlético Mineiro e Ponte Preta. Em 2006 voltou a cair. Agora a expectativa de que o Leão tenha maior permanência na elite nacional, mediante planejamento específico e adequado às novas exigências. Quero acreditar que desta vez o Leão terá vida longa na Série A. Motivo simples: a atual gestão, além de muito profissional, provou que sabe fazer as correções de rumo no momento certo. Isso se chama competência.

Vida que segue

O Ceará começa um novo momento. A mudança de treinador traz sérias repercussões em todos os níveis. É uma outra filosofia de trabalho. Há o tempo necessário para adaptação por parte do grupo. Até o ajuste definitivo, instala-se uma expectativa muito grande. Mas é assim o futebol.

Série A

O Ceará já começa domingo a sua jornada na Série A. Ainda bem, pega de início um time da faixa intermediária, o CSA, e dentro do Castelão. Tipo do jogo para garantir três pontos. Teoricamente, o Ceará é superior. Não se pode perder de vista, porém, que o efeito da perda do título estadual e a mudança de treinador poderão influir negativamente no ânimo do grupo.

Contusões

Preocupa o Ceará não contar com Wescley, Baxola e Juninho Quixadá neste primeiro momento. Esses três são fundamentais para a subida de qualidade do padrão alvinegro. De certo modo, Lisca levou azar ao não poder contar com os três na reta final. E o novo treinador, Enderson Moreira, também terá dificuldades iniciais se persistir a atual situação.

A queda do técnico Lisca era esperada em caso de perda do título. Ele criara uma série de dificuldades no relacionamento interno em Porangabuçu. Somente o sucesso em campo o sustentaria. Treinador de temperamento difícil. Esse, o lado negativo. Fica, porém, a marca de duas passagens inesquecíveis pelos motivos expostos no tópico ao lado.

Na primeira passagem, Lisca evitou a queda do Ceará para a Série C. Por isso, levado nos braços da torcida. Em 2018, o milagre de sustentar o Ceará na Série A, com vitórias sobre grandes times brasileiros. Novamente levado nos braços da galera. Ficou a gratidão, mas os fracassos na Copa do Brasil, do Nordeste e Estadual o derrubaram. Foi triste.