Favorito na Fórmula E, Lucas DiGrassi fala sobre nova temporada

Lucas DiGrassi vai se dedicar apenas à Fórmula E, nesta nova temporada, deixando a Stock Car

Em passagem pelo Estado do Ceará, piloto brasileiro comenta sobre as particularidades da competição, a tecnologia para carros elétricos no Brasil e as perspectivas para a temporada que começa no próximo sábado (15)

Neste sábado (15), a Arábia Saudita será pista para a Fórmula E. Fora o calendário particular, com início neste mês, finalizando a temporada em julho de 2019, a competição traz um diferencial ao público brasileiro: ter alguém da casa para quem torcer.

Ao contrário da Fórmula 1, a edição 2018/2019 contará com representantes do País. Serão os veteranos Lucas DiGrassi e Nelsinho Piquet, Audi e Jaguar respectivamente, e o estreante Felipe Massa pilotando pela Venturi. No geral, 22 pilotos estarão no grid de largada. Entre os favoritos para o topo do pódio está Lucas DiGrassi, detentor de um título mundial (2017), dois vices (2016 e 2018) e um terceiro (2015) em sua trajetória na competição. Para esta edição, em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, ele revela que está ansioso para continuar com bons resultados para sua equipe e levantar a bandeira verde e amarela novamente ao fim do campeonato. "Eu estou bem animado, não vejo a hora de começar", destaca DiGrassi.

Uma curiosidade é que o piloto não irá competir na Stock Car no próximo ano, mas promete voltar no futuro, inclusive para ser campeão. Será foco total já que competição estará mais acirrada com a vinda de novos competidores.

Outra novidade é o carro pilotado: o modelo e-tron FE05, que faz de 0 a 100km/h em 3,1 segundos. O carro pertence à segunda geração do torneio e conta com autonomia suficiente para que as corridas sejam disputadas por apenas um carro. "A gente já fez os testes, o desenvolvimento do veículo e ele está muito bom", garante.

Calendário

Ao todo, são 13 corridas em doze grandes capitais. Depois de Ad Diriyah (Arábia Saudita) abrindo a programação, a prova seguirá para cidades como Marrakesh (Marrocos), Mônaco e Berlim (Alemanha), Cidade do México, Hong Kong (China), Roma (Itália), Paris (França), além da rodada dupla em Nova Iorque nos dias 13 e 14 de julho. Existem dois ePrixs não-confirmados: o do Chile e o da China. "Falta ter uma etapa no Brasil. A gente tem no Chile, teve no Uruguai, na Argentina, mas o Brasil ainda não. Espero que no futuro a gente consiga", completa.

Cada uma das corridas conta com 45 minutos e mais uma volta. A maioria das etapas é realizada em pista de rua temporária no centro dessas metrópoles. "É uma corrida muito parecida com a Fórmula 1, a grande diferença é o carro ser 100% elétrico e apenas corremos em circuito de rua, estilo Mônaco. Então, todos não são em autódromos, por isso não podemos ir a Interlagos, são circuitos no meio da cidade. O carro faz menos barulho e podemos correr em lugares muito mais legais que a Fórmula 1", destaca Lucas.

Quanto ao público, enquanto a divulgação engatinha pelo País, de acordo com DiGrassi, a Fórmula E já é uma realidade há quatro anos na Europa. "É muito bem acompanhada. O Brasil está começando a entender que o futuro é elétrico e que essa competição está ganhando espaço", acrescenta.

Em marcha lenta

O mesmo vale para a tecnologia elétrica nas ruas. "O Brasil está bem atrasado na história de carros elétricos. O mundo inteiro fala deles já faz anos, o País agora está entrando nesse ritmo. Mas, é bom, antes tarde do que nunca", pontua. O mercado local há pouco apenas contava com um representante do segmento sendo vendido comercialmente. Ao próximo ano, Chevrolet Bolt e Nissan Leaf se juntarão ao BMW i3 em opções.

Em passagem rápida pela Capital cearense, o piloto participou do Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica e comentou também sobre o futuro da mobilidade elétrica e dos carros autônomos, e de como a competição impacta no ponto de vista da percepção do público, gerando uma demanda e uma confiança no produto ao qual ele irá comprar. "O automobilismo desenvolve tecnologia de ponta, a qual ainda não tem o custo adequado ao mercado. Normalmente, conforme o passar do tempo, as tecnologias são produzidas em escala, o preço diminui e elas são inseridas no mercado. E como o futuro é elétrico, o laboratório de desenvolvimento de tecnologia é a Fórmula E", afirma.

Interação

Mesmo sem o ronco do motor, que dá sempre uma emoção a mais para o público presente na Fórmula 1, Lucas DiGrassi garante que não irá faltar adrenalina e muita disputa durante a competição da Fórmula E.

"Tem toda uma interação com o público, é um evento de uma forma diferenciada, muito mais voltado para área digital, para os novos fãs que estão crescendo muito", revela o piloto.

Toda a competição composta por onze equipes pode ser acompanhada na rede social e por canal fechado.

Lucas DiGrassi, piloto de Fórmula E, disputada com carros elétricos, conversou sobre a competição e o atraso do Brasil no desenvolvimento de carros elétricos


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