Estado divulga montante de cadeiras quebradas; Fortaleza discorda

Secretaria do Esporte e Juventude diz que 385 assentos foram danificados após Clássico-Rei. Mas Fortaleza, que teve representante na vistoria do estádio, diz que número é outro e que prejuízo deve ser dividido com o Ceará

O saldo de cadeiras quebradas na Arena Castelão durante o último Clássico-Rei da temporada, no domingo (10), segue com indefinições sobre os responsáveis pelo prejuízo. Após vistoria no estádio encerrada ontem, a Secretaria do Esporte e Juventude (Sejuv) divulgou um total de 385 assentos danificados na partida.

O número, no entanto, difere do laudo emitido ao Fortaleza, clube mandante, que contribuiu na inspeção junto com profissionais do Ceará e de engenheiros. Segundo Taim Fontenele, representante da equipe na Federação Cearense de Futebol (FCF), os danos foram de 288 cadeiras no lado alvinegro e 88 dos tricolores, o que resulta em 376 peças.

Outro ponto ainda não estabelecido é quanto à manutenção do que foi quebrado na arquibancada. Mesmo sendo gerido pelo Governo do Estado, a Sejuv solicita a restituição das cadeiras por parte dos times através do Documento de Arrecadação Estadual (DAE). A conta, então, seria destinada ao Leão, que contesta e cobra a inclusão do Alvinegro de Porangabuçu no montante.

"Nós estamos cobrando participação do Ceará nisso porque foi público e notório que a torcida deles incitou a manifestação violenta. No nosso lado houve danos, mas por euforia. E no 1º turno, os tricolores também precisaram esperar na Arena Castelão após o jogo e não entraram em conflito com a polícia ou arremessaram cadeiras no campo", ressaltou Taim.

As diretorias estão alinhando a forma como proceder com a despesa. O vice-presidente do Ceará, Raimundo Pinheiro, reiterou que o clube apura os fatos junto com agentes da Polícia Militar.

"Somos contra todo e qualquer tipo de violência, dentro e fora da praça esportiva", afirmou o dirigente.

Mais despesas

Além da averiguação dos assentos, um laudo está sendo finalizado com danos em luminárias e outros pontos do equipamento. Trilhos, que conectam uma gama de assentos, também foram quebrados.

Ao ser concluído, o relatório será emitido ao Fortaleza, que tem a proposta de gerar dois DAEs a fim de facilitar a quitação pelo Vovô. Sendo assim, os danos seriam divididos de acordo com os setores alvos de depredação, já que a torcida alvinegra ocupou apenas o Espaço Norte, enquanto os tricolores ficaram com o resto da capacidade.

Ao todo, o Clássico-Rei registrou 46.093 espectadores na Arena Castelão, totalizando o 4º maior público do confronto na década. A carga resultou em R$ 911.589,00 de renda bruta, que se transformou em um lucro líquido de R$ 402.705,29 ao time leonino devido a despesas finais avaliadas em R$ 421.152,07.

Parceria

Um possível acordo entre Ceará e Fortaleza não é algo inédito. Historicamente, os clubes repartem as despesas decorrentes do Clássico-Rei, seja do Campeonato Cearense ou da Copa do Nordeste.

As diretorias, inclusive, se uniram para consertar quatro mil cadeiras quebradas no estádio. Investimento avaliado em R$ 420 mil e que será implantado a partir de 2020, ampliando a capacidade.

Antes da partida entre Vovô e Leão na Série A, o estádio recebia até 52.552 pessoas. A ampliação foi mantida pelo time tricolor, que remanejou uma parte dos assentos após o jogo com o Flamengo.