Esquema de segurança na Copa América preocupa órgãos de SP

Núcleos de segurança do Estado vão aumentar contingente policial por causa da torcida chilena. Há preocupação ainda com o esquema de segurança do presidente Jair Bolsonaro na abertura da Copa e com a seleção asiática

Três pontos preocupam as forças de segurança envolvidas na organização dos jogos da Copa América em São Paulo: "barra bravas" chilenos, a presença do presidente Jair Bolsonaro na partida de abertura do torneio e possíveis atentados à delegação da seleção do Catar. São Paulo vai receber seis partidas da Copa América em junho e julho: três no Morumbi e três na Arena Corinthians. Cada jogo deverá ter 800 homens na segurança (500 da Polícia Militar, 200 da Polícia Civil e 100 da Guarda Civil).

O esquema será igual ao da Copa do Mundo de 2014. Para efeito de comparação, normalmente 400 homens trabalham em dias de clássico entre clubes no Estado. As demais partidas da Copa América serão em Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio.

Torcida estrangeira

São esperados aproximadamente 100 mil torcedores estrangeiros em São Paulo, sendo 20 mil chilenos para acompanhar o jogo contra o Japão, dia 17 de junho, no Morumbi. Desde o momento em que a tabela de jogos da Copa América foi divulgada, em janeiro, esse jogo deixou as autoridades de São Paulo em estado de alerta devido ao histórico de problemas de torcedores chilenos.

Em 2014, na Copa do Mundo, centenas de chilenos destruíram barreiras de segurança e invadiram o estádio do Maracanã, no Rio para assistir ao jogo com a Espanha. Em 2017, em partida da Copa Sul-Americana na Arena Corinthians, torcedores da Universidad de Chile entraram em confronto com a Polícia Militar e chegaram a arremessar cadeiras. O mesmo ocorreu no ano passado com torcedores do Colo-Colo, durante jogo das oitavas de final da Libertadores com o Corinthians. Um torcedor chileno foi atingido na cabeça por um pedaço de bambu durante briga com corintianos perto do Metrô Itaquera e sofreu traumatismo craniano.

Presidente no estádio

Com relação ao jogo de abertura da Copa América, no dia 16 de junho, entre Brasil e Bolívia, a preocupação dos policiais é com o posicionamento de atiradores de elite que compõem o amplo esquema de segurança do presidente Jair Bolsonaro. O Morumbi não possui cobertura para abrigar snipers e também não há prédios nos arredores com boa visão para o estádio que possam receber os atiradores.

Por isso, está sendo discutida a possibilidade de ser construída uma estrutura provisória somente para receber os atiradores de elite. A previsão é de que Bolsonaro e a sua comitiva assistam ao jogo no camarote ao lado de outros chefes de Estado e autoridades da Fifa e da Conmebol.

Assim como Bolsonaro, a delegação do Catar também terá atenção especial. No dia 19 de junho, os catarianos enfrentam a Colômbia, no Morumbi. Haverá reunião entre policiais e integrantes da embaixada do país no Brasil. O Catar vive uma crise diplomática e nações como Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos, Líbia, Maldivas e Iêmen cortaram relações.