Especial Olimpíadas #6

Legenda: Diogo Silva é lembrado pela conquista do primeiro ouro do Brasil no Pan do Rio, em 2007. Além disso, foi quarto lugar na Olimpíada de Atenas, em 2004
Foto: Foto: AFP

Hora do golpe fatal

Atletas do taekwondo brasileiro chegarão a Londres com as suas melhores chances de medalha olímpica

Sem tradição de entrar como favorito no taekwondo, o Brasil chega aos Jogos Olímpicos de Londres 2012 contando com a experiência dos atletas Diogo Silva e Natália Falavigna, ambos com participações em Olimpíadas - Diogo participou dos Jogos de Atenas, em 2004, e ficou com o quarto lugar; já Natália conta em seu currículo com um quarto lugar em Atenas e a conquista da medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim, em 2008.

"Estamos seguindo a risca nossa preparação; os treinos estão a mil por hora, estou viajando para o México (nesta semana que passou) e depois para a Europa, onde passarei um período de 20 dias de treino em vários países", explicou Diogo, que foi o primeiro atleta brasileiro a conquistar uma vaga para os Jogos de Londres na modalidade.

"No ano passado, colocamos como meta principal a classificação para os Jogos Olímpicos. Consegui a classificação na seletiva mundial (do Azerbaijão). Mas acabei sofrendo muito com o desgaste físico e mental. Cheguei querendo o ouro no México, mas infelizmente o resultado não veio", disse o medalha de ouro do Pan-Americano do Rio em 2007, referindo-se ao seu baixo rendimento no ano passado, no Pan de Guadalajara.

Atualmente, com 30 anos, Diogo acredita estar no seu melhor momento profissional, fato que poderá contribuir para um bom desempenho em Londres. "O Diogo de hoje é muito diferente daquele que disputou os Jogos de Atenas. Eu era novo e estava na minha primeira Olimpíada, não tinha a bagagem internacional que tenho hoje, além de não ter tantos resultados de expressão", completou.

Aposentadoria

Mesmo focado nos Jogos deste ano, Diogo não descarta a hipótese de competir na Olimpíada do Rio-2016. "Com o perfil dos atletas de taekwondo e com a tecnologia que vem avançando, eu não coloco a disputa de Londres como minha última chance. Estou bem hoje e posso estar bem em 2016. Tudo depende do incentivo e das condições de treino que terei", concluiu o atual campeão mundial da modalidade nos Jogos Militares.

Comando técnico

Ainda sem a definição de quem será o técnico dos atletas brasileiros em Londres, a Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) deverá definir nas próximas semanas os nomes que concorreram à vaga.

"O Diogo e a Natália ainda estão treinando sob o comando dos seus respectivos técnicos, até porque existe um trabalho em andamento e os atletas precisam ter esta continuidade para que não sejam prejudicados", explicou o coordenador técnico da CBTKD, Jadir Figueira.

Atualmente, Diogo treina sob o comando do ex-técnico da seleção brasileira de taekwondo, Fernando Madureira. Já Natália prepara-se para sob o coordenação de Lilian Parazetti.

Segundo Jadir Figueira, ambos os atletas brasileiros chegam aos jogos com fortes chances de conquistar medalhas. "Eles vêm mantendo uma preparação focada e também vêm se destacando em competições internacionais, nas quais enfrentam possíveis adversários dos Jogos de Londres", finalizou.

SAIBA MAIS

Contusão

Em 2010, Natália Falavigna foi obrigada a afastar-se das lutas por conta de duas cirurgias de ligamento no joelho direito. A lutadora chegou a ficar quase dois anos longe das competições, o que causou grande suspense sobre a sua classificação para as Olimpíadas de Londres e a continuidade da sua carreira

Justiça

A seleção brasileira de taekwondo ainda possui a esperança de classificar mais um atleta para Londres. Márcio Wenceslau entrou com um recurso no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), que deve ter o resultado divulgado nesta semana. O lutador tenta inverter o resultado do Pré-Olímpico, por não concordar com a derrota para o mexicano Damian Villa na competição

Felipe Fuzaro: Estreante, paulista de 29 anos quer resgatar glórias do tiro

A relação entre Brasil e tiro esportivo é antiga. Tudo começou há quase 92 anos, quando da primeira participação brasileira em Olimpíadas, em 1920, na Antuérpia (Bélgica). Foi quando o atirador e oficial do exército Guilherme Paraense conquistou a primeira medalha de ouro para o País, na prova da pistola rápida.

Paraense conseguiu a façanha com uma pistola emprestada de seu adversário norte-americano, pois as levadas pela equipe brasileira foram furtadas durante a viagem até a Bélgica.

A delegação tupiniquim também ganharia mais duas medalhas no tiro: uma de prata com Afrânio da Costa e uma de bronze, por equipes.

Depois disso, porém, o Brasil não conseguiu mais subir ao pódio olímpico com o tiro. Porém, o paulista Felipe Fuzaro, 29, único representante masculino do tiro esportivo nas Olimpíadas de Londres, está disposto a quebrar esse jejum. O atleta começou a acompanhar seu pai, também atirador, aos cinco anos de idade, em treinamentos e competições pelo estado de São Paulo.

Treino em casa

Após diversos títulos, como Sul Americano 2006 e 2010, Brasileiro e da Copa do Brasil 2011, Felipe venceu o Campeonato das Américas, conquistando a vaga para a sua primeira Olimpíada. Agora, o atirador da modalidade fossa dublê, treina em sua cidade natal, Rio Claro.

"É muito bom, posso me organizar melhor e fazer mais treinos durante o dia. Treino cinco vezes por semana, em média 250 tiros por dia", comenta.

Mesmo debutante, ele é audacioso no objetivo para a estreia olímpica. "Minha meta é entrar para a final, que é feita pelos seis melhores atiradores", diz.

Além de Felipe, o Brasil tem Ana Luiza Ferrão Mello, campeã das Américas de 2010 e ouro no Pan 2011, na pistola 25 m.

Confira toda a série Londres 2012: http://www.diariodonordeste.com.br/jogadaespecial

ÍKARA RODRIGUES
REPÓRTER