Disputa de conterrâneos marcará final do Superkite, no Cumbuco

Carlos Mário "Bebê" e o estreante Erick Anderson lutam pelo título da etapa brasileira, com o espanhol Whaley e Adeuri Corniel, da República Dominicana. Decisão será neste domingo (25), na Praia do Cumbuco

O mar ficou agitado na Praia do Cumbuco. Sob um sol vibrante e rajadas de vento de 60 km/h, centenas de pessoas se aglomeraram na faixa de areia para acompanhar os melhores atletas do mundo no kitesurfe durante o 3º dia do SuperKite Brasil 2018, última etapa do circuito profissional da WKC.

Com mais de 50 nomes locais e internacionais, os principais ranqueados na categoria freestyle entraram pela primeira vez nas águas apenas sexta-feira (23), tentando vaga direta na decisão do Mundial.

O desafio de guiar as velas no litoral cearense foi aberto pelos homens. Logo na primeira bateria, a surpresa ficou com o espanhol Whaley, atleta que figura abaixo do Top 30. Sem favoritismo, ele dominou desde o início e garantiu classificação na frente do vice-líder Adeuri Corniel, da República Dominicana.

Domínio cearense

O clima de tensão se acirrou mesmo na outra semifinal. No grid, três dos quatro competidores alçaram o kite pensando no sabor da vitória dentro de casa. Era o Ceará representando o País enquanto a euforia se espalhava pelos curiosos à beira do mar.

Entre a nata brasileira formada pelo tricampeão mundial Carlos Mário "Bebê" e Set Teixeira, 3º do ranking, um desconhecido chamava atenção: Erick Anderson. No auge da forma física, o jovem de 21 anos teve a chance de competir graças a uma vaga aberta pela WKC. A prática é comum por parte da organização. Com provas realizadas em oito países, a entidade sempre oferece a oportunidade a atletas locais entrarem no circuito após uma eliminatória.

E Erick usou bem aquela que pode ter sido a maior chance da carreira promissora, uma vez que o cearense trabalha como condutor de buggy em passeios turísticos e nunca disputou uma prova profissional.

Atingindo uma manobra de nota 9, o atleta garantiu vaga ao lado do conterrâneo Carlos Mário e foi retirado do mar nos braços da comunidade do Cumbuco, onde nasceu e mora com a família. "Estou muito feliz pela vitória, foi uma bateria emocionante. Eu quero agradecer a todos que estão na torcida por mim. Consegui chegar na final. É o meu sonho, um sonho realizado. A energia que estou sentindo é incrível", declarou Erick.

Mulheres no mar

Na categoria feminina, o destaque ficou por conta de Mika Sol. A cearense de 14 anos e líder do ranking mundial obteve a melhor pontuação entre todas as baterias, com 27,9.

Na finalíssima, a atleta encara a compatriota Rosa, além da italiana Bagnoli e da holandesa Van Iersel. Mika pode ser campeã do profissional, neste domingo (25), com um simples terceiro lugar no pódio.


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