Da troca de passes ao contra-ataque: as mudanças no Leão de Ceni

O Fortaleza passou do time que propõe o jogo para aquele que espera pelas melhores chances a partir do campo defensivo. Sem Marcinho e Osvaldo, o Tricolor precisa achar outras maneiras para continuar com a tática atual

O Fortaleza chega para o confronto contra o Atlético Mineiro, no domingo (21), às 16 horas, no Estádio Independência, como o 5º time que menos fica com a bola na competição: apenas 44,5% do tempo. O dado reflete a estratégia de Rogério Ceni de esperar pelos espaços no campo de defesa e aproveitar contra-ataques.

Mudança

Assim como o treinador falou no começo do Brasileirão, é natural que o Leão do Pici fique menos tempo com a bola nos pés diante de adversários com qualidade superior no quesito técnico. Aquela equipe que gostava da posse em 2018 durante a Série B se tornou quem espera pelas iniciativas dos rivais.

Porém, no segundo gol da vitória contra o Avaí, por 2 a 0, no último sábado, o Fortaleza trabalhou a bola entre todos os seus jogadores de linha. Foram 20 passes em 57 segundos, progredindo do campo defensivo à área adversária, onde Wellington Paulista marcou seu segundo da noite.

Dono do meio-campo

Com quatro participações durante essa ação, o volante Juninho vem se destacando como o maestro do meio-campo tricolor. Contra o time catarinense, o atleta foi quem mais tocou na bola: 83 vezes com 90% de acertos.

Juninho é o 2º que mais cria grandes oportunidades do Brasileirão, ao lado de Deyverson, Arrascaeta e Éverton Ribeiro, cada um com cinco. Também é o 7º que mais acerta passes, fazendo uma média de 59,4 por jogo e aproveitamento de 86%. Mas a estatística em que mais se destaca é em passes longos: são sete por partida do volante de 33 anos.

Esperar

Isso retifica a tática usada por Ceni no Tricolor cearense, que aposta na velocidade de seus pontas de um 4-2-4 que vira um 4-4-2 na fase defensiva. No entanto, esse número deve cair devido à saída de Marcinho e à lesão de Osvaldo, principais velocistas do elenco.

Peça importante na criação de jogadas a partir da defesa, o goleiro Felipe Alves foi o 4º a concluir mais passes contra o Avaí, 57 no total. Em certos momentos, avançava até o meio para tabelar com zagueiros e volantes à procura de brechas na defesa rival. O movimento ajuda a dar amplitude ao time, liberando laterais e empurrando o oponente para seu campo.