Crianças cardiopatas participam de corrida beneficente no Ceará

Mais de 150 jovens estiveram presentes na I Corrida Heróis do Coração, prova, organizada pelo Instituto Incor Criança, para chamar a atenção das doenças cardíacas congênitas na infância e promover o sentimento de igualdade

Legenda: Meninos correm e se divertem durante o evento
Foto: Foto: José Leomar

No amontoado de gente, o objetivo é um só: correr. Sem adversários, tempo ou competição, o prêmio é a vida, o direito a ser feliz. Ontem, a vitória foi de todas as 150 crianças cardiopatas, entre 4 e 12 anos, inscritas na I Corrida Heróis do Coração, realizada no Colégio Santo Inácio, com organização do Instituto Incor Criança.

Na largada, operados e à espera de um transplante se confraternizaram para chamar a atenção das doenças cardíacas congênitas. A proposta surgiu com o corredor Edgy Paiva, que realiza uma meia-maratona há dez anos em homenagem ao nascimento do filho Davi, que precisou passar por uma cirurgia de correção no coração aos cinco meses.

"A criança cardiopata, depois de operada, passa a ser normal. Hoje, o Davi pratica futebol, basquete, natação e tudo isso só acontece porque ele foi operado cedo. O diagnóstico precoce é importante. O que precisamos no nosso Estado é de estrutura para operar essas crianças, porque o gasto é bem maior com elas doentes", declarou.

Superação

Dentre os participantes, um dos mais entusiasmados era Eduardo. Diagnosticado com Criss-Cross Heart, coração cruzado, o menino de 12 anos ressalta que, mesmo tendo passado por cinco cirurgias, gosta mesmo é de atividade física, e que o sentimento dentro da corrida é o de igualdade.

"Amo correr e andar de bicicleta. Me sinto um pouco diferente, mas também me sinto muito igual porque falo com as outras crianças, estudo; bom, faço tudo. As cirurgias não me impediram de viver minha infância", comentou o pequeno corredor.

Atenta a cada passo do pequeno, a mãe, Danielle Magalhães, revelou que Eduardo foi indicado para o transplante em duas oportunidades, mas a solidariedade prevaleceu dentro da família.

"Ele precisa de um tubo valvular para respirar. Tive duas chances, mas doei para crianças na UTI. Como ele estava bem, preferi dar para quem estava internado", afirmou.

Apoio

Mantido através de doações, o Instituto Incor Criança atende mensalmente 800 crianças cardiopatas, além de prestar assistência médica para mais de 10 mil famílias no Ceará.


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