Comentaristas e torcedores

É muito comum se ouvir dizer que todo brasileiro é técnico de futebol. Se não for, se acha. E discorre sobre o assunto com a firmeza de um Pep Guardiola. Assim torcedores e técnicos se confundem na hora de um clássico decisivo. Também assumo a condição de técnico para dar meu pitaco. Se Lisca eu fosse, trabalharia na frente com Leandro Carvalho, Ricardo Bueno e Fernando Sobral, mas sem perder de vista a marcação. De imediato, a busca pelos gols necessários, mas sem precipitações. Isso significa que, a despeito de ter que jogar avançado, cuidaria de neutralizar as subidas do Leão em velocidade, máxime com Edinho e Osvaldo. Se eu fosse o Rogério Ceni, repetiria o mesmo modelo que deu certo nos triunfos diante do Vitória e do Ceará. Fórmula que garantiu a marcação de seis gols, sem sofrer um gol sequer. Essa vantagem coloca o Fortaleza numa privilegiadíssima posição. Se o Ceará se lançar ao ataque, a resposta tricolor estará na velocidade dos homens de frente. Se o Ceará for comedido, ainda assim a luta contra o relógio o obrigará a aventuras na reta final. Pelo menos nesta parte, torcedores e comentaristas estão muito próximos.

Momento

O atacante do Fortaleza, Wellington Paulista, tem tido regulares participações. Agora, com Júnior Santos fora da partida, Wellington assume a responsabilidade da missão que em 2018 fora confiada a Gustagol. Taí momento oportuno para sua afirmação. Ele conhece bem o que representa uma decisão, embora impenetráveis os desígnios que conduzem à glória ou ao fracasso.

Calma

Leandro Carvalho, pelo seu estilo, é o tipo do jogador perfeito para não se intimidar diante das dificuldades maiores. Mas vale uma observação: em jogo decisivo, será alvo de muitas provocações no sentido de desestabilizá-lo. Assim é feito com todo jogador que tem pavio curto. Geralmente eles terminam caindo na armadilha. Resultado: não raro sofrem cartão vermelho.

Arbitragem

Nas vezes em que apitou aqui, o árbitro Anderson Daronco se houve muito bem. Queira deus volte a fazer bom trabalho e pouco precise do batalhão do VAR para dirimir suas dúvidas. É competente e se impõe também pelo porte físico.

O técnico Lisca costuma surpreender com escalações pouco prováveis. Quando o faz, mesmo assumindo riscos, tem se dado bem. Foi assim em jogos importantes da Série A nacional no ano passado. Não duvidem se ele vier com escalação ousada, até porque as próprias circunstâncias exigem um Ceará mais insinuante. A conferir.

RolinhA foi um árbitro que se destacou no futebol nas décadas de 1950 e 1960. Raimundo da Cunha Rola, o Rolinha, não precisou de VAR para tirar suas dúvidas. E resolvia tudo com extrema competência. Pai de dois atletas: o hoje médico Kit Rola, que brilhou no Ferroviário e Seleção Cearense, e o hoje dentista Bil Rola. VAR...