Com Suárez e Cavani, Uruguai prima pela raça

Uruguai enfrenta o Japão na partida em que pode ser desenhada a maior goleada da competição, pela disparidade efetiva dentro de campo, entre os adversários

Legenda: Suárez e Cavani formam dupla importante no Uruguai
Foto: EMMANUEL DUNAND/AFP

Não é de hoje que se comenta no mundo todo que a dupla de ataque uruguaia é talvez a de maior qualidade no futebol mundial. Cavani e Suárez se completam em suas características e dão gosto de serem assistidos. Porém, o encantamento que até nós brasileiros vemos nos nossos companheiros de Mercosul, vai muito além desses dois.

Começa com o comandante Óscar Tabarez, de 72 anos, sendo o mais velho dentre as principais seleções do mundo. Tabarez comanda a Celeste há 13 anos, tendo como feitos mais importantes, a conquista da Copa América de 2011 e um 4º lugar na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010. Em 2017, quando completou 173 partidas à frente do Uruguai, tornou-se o que mais vezes comandou uma seleção nacional em toda a história.

No último Mundial, na Rússia, somou 20 jogos no comando uruguaio em Copas, sendo o 2º com mais partidas na principal competição do esporte, atrás só do alemão Helmut Schön, que treinou a Alemanha em 25 jogos. Isso, sem nem citar seus feitos em clubes.

Hugo de León, ex-jogador do Grêmio, e ídolo do Uruguai, falou do aumento da qualidade do futebol do país desde a chegada do treinador, em 2006: "Futebol não se faz da noite pro dia, são 13 anos! Hoje, a seleção joga junta, todos se esforçam ao máximo para fazer o que lhe é pedido".

Tratando-se desse quesito de quem comanda, o Brasil vem de uma série de técnicos que não agradam de forma unânime. Desde a saída de Felipão em sua 1ª passagem (que já assumiu sem o clamor popular), em 2003, passaram Parreira, Dunga, Mano Menezes, Felipão novamente, Dunga de novo, essas duas últimas sem embasamento em trabalhos recentes bem feitos, ou seja, uma verdadeira bagunça no comando técnico do Brasil, até a chegada de Tite, que já começa a perder seu prestígio merecidamente construído.

Opções em campo

Falando do time uruguaio, há anos, vários jogadores demonstram qualidade em equipes de alto nível. O lateral-esquerdo Laxalt (Milan), o capitão Godín (ídolo do Atlético de Madrid), o goleiro Muslera (Galatasaray, da Turquia), Vecino (Inter de Milão), Bentancur (Juventus), dentre outros.

Porém, o que mais chama a atenção na seleção do Uruguai, é a raça e a vontade de vencer toda e qualquer dividida, seja qual seja a importância ou relevância da partida ou torneio disputado. Há quanto tempo não sentimos isso, vindo dos atletas do Brasil? Difícil até lembrar. Qualidade nunca nos faltou, mas amor à camisa não depende do tamanho do país, visto que nossos vizinhos têm um território menor do que o Rio Grande do Sul, onde entrarão em campo, logo mais, contra o Japão, asiático convidado.