Clubes farão proposta a atletas, que prometem contra argumentar

Federação Nacional dos Atletas vai levar contraproposta para quarentena

O presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) já mandou o recado para a Comissão Nacional dos Clubes. A proposta que a entidade apresentará como plano para os jogadores de futebol do País será analisada e precisará de muita discussão antes de ser aprovada. Aliás, deve ser apresentada ainda hoje uma contraproposta para que não haja perdas. "Estamos ouvindo todos atletas. O diálogo está aberto para até esta segunda à tarde darmos contraproposta. Fora isso, qualquer coisa que se fale agora é fogo de palha", disse Felipe Augusto Leite em entrevista ao GloboEsporte.Com.

A fala vai ao encontro do que disse também o presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece), Marcos Gaúcho, que prefere tratar a questão com bastante cuidado. "Hoje, o Sindicato dos Atletas do Estado do Ceará é contra a proposta apresentada. Entendemos a pandemia, a dificuldade dos clubes, mas o contrato do jogador, sabemos que é uma garantia. Vamos conversar com o jurídico, e saber até onde podemos ir", comentou o presidente Marcos Gaúcho.

Entre as propostas, o que mais tem desagradado os jogadores é a proposta de redução salarial pela metade. O percentual não está previsto na lei trabalhista - a CLT trata, em caso de força maior, do máximo de 25% de desconto.

A proposta dos clubes, que já calculam perdas com a paralisação do futebol por causa da pandemia do novo coronavírus que assola o País e o mundo, é de dar férias coletivas de forma imediata a todos os jogadores até 21 de abril, com pagamento de 50% agora e de 50% até 31 de dezembro.

Em seguida, caso a situação não mude, a ideia seria reduzir em 50% os salários e o direito de imagem por 30 dias.

Por fim, se a pandemia seguisse impedindo a volta dos jogos, haveria suspensão do contrato de trabalho até retomar as atividades, com a prorrogação dos prazos dos contratos pelo período de suspensão. As rescisões seriam parceladas em até cinco vezes.