Chile e Peru fazem a semifinal que ninguém esperava

Seleções, a princípio, não eram favoritas diante de seus adversários, respectivamente, Colômbia e Uruguai. Mas arrancaram a classificação, o que permite um comparativo entre gerações de ambas as equipes

Legenda: Peru chega para a semifinal com o Chile pronto para reverter desvantagem de novo
Foto: Raul Arboleda/AFP

O favoritismo não está na outra semifinal da competição. Chile e Peru não estavam credenciados para disputar uma vaga na final, no mesmo jogo. Não antes da eliminação de Colômbia e Uruguai. A ressalva pode ser colocada para o Chile, atual bi da América, mas que apresentava problemas de padrão técnico e comando da equipe, inclusive, ficando fora da Copa do Mundo em 2018, com a mesma geração vencedora dois anos antes.

Diante do cenário uruguaio, era inimaginável o Peru avançar entre os quatro melhores da competição, mesmo com a classificação ao Mundial da Rússia. Mas algo é certo: em nenhum cenário antes desenhado, era discutível as seleções de Chile e Peru nesta condição.

Os chilenos

O momento chileno é de crescimento na busca pelo tri da América. Em 2015 e 2016, foi alcançando os resultados e a performance dentro de campo durante a competição. O 2019 tem semelhanças com as conquistas recentes, não por superstição, mas pelo início de trabalho que desempenha o colombiano Reinaldo Rueda na oportunidade de resgatar o conceito utilizado há três anos: "a melhor geração da história do futebol chileno".

Além de dividir o peso da responsabilidade em duas referências centrais: Alexis Sánchez e Arturo Vidal, que carregam o símbolo e status dos melhores jogadores do país.

Sampaoli

Em 2015, ano do primeiro título chileno, os dois se enfrentaram na semifinal. O argentino Jorge Sampaoli era o treinador na 1ª conquista. Vitória do Chile, por 2 a 1, dois gols de Eduardo Vargas. Medel fez contra, a favor do Peru.

As formações de quatro anos antes são muito semelhantes, o que sugere um confronto das melhores gerações já produzidas em cada país. Pelo Chile, Vidal, Vargas, Sánchez e Aránguiz, como principais jogadores, estavam naquele jogo. Pela seleção peruana, Guerrero, Cueva, Advíncula e Carrillo tinham o status de referência, junto a Farfán, que devido a uma lesão no joelho, não joga. Com um detalhe: o argentino Ricardo Gareca já era o treinador dos peruanos.

Neste momento, o favoritismo está de mãos dadas com o Chile, mas não anda tão distante do Peru. Apesar de ter sido eliminado na fase de grupos na última Copa, fez boas partidas, onde mereceu, pelas atuações, passar às oitavas.

O Peru tem, sob o comando de Gareca, continuidade no trabalho, com um dos melhores times já formados na história, que tem como símbolo, a liderança e a referência técnica de Guerrero. Para o Chile, é pela recuperação da reputação da "melhor geração chilena". Para o Peru, é um pouco mais de vitrine no futebol mundial.