Ceni estuda mudar o esquema do Fortaleza contra o São Paulo

Sem contar com Romarinho, o treinador deve dar mais espaço para Vázquez e Vargas entre os titulares, abdicando do 4-2-4 para ter mais criação na equipe contra o São Paulo, sábado (5), pela 23ª rodada da Série A do Brasileiro

Foto: Foto: Lucas Barbosa

O repertório tático de Rogério Ceni é arrojado no Fortaleza. Após retomar o uso dos quatro atacantes, no esquema 4-2-4, e reestrear com vitória na Série A do Brasileiro, o treinador pretende dar mais espaço aos meias do elenco: Mariano Vázquez e Matheus Vargas. Os reforços, que atendem a pedido do próprio treinador, podem então mudar a forma de jogar do Leão.

O principal motivo é o desfalque do atacante Romarinho, substituído contra o Botafogo por lesão muscular - o clube ainda não anunciou o prazo de recuperação. Outra justificativa para o uso dos armadores é a baixa de Felipe Alves, goleiro utilizado na construção das jogadas e que está tratando uma contusão na adutor da coxa.

Desta forma, a proposta deve entrar em vigor já contra o São Paulo, no sábado (5), às 17 horas, no Pacaembu, pela 23ª rodada. Sem mexer no perfil ofensivo da equipe, com velocistas abertos nas pontas, Ceni estuda o uso de um Camisa 10 para trazer maior compactação no meio, além de facilitar a criação no último terço do campo.

"No Cruzeiro, tentamos o 4-2-4, ganhamos dois jogos, empatamos um, mas depois que perdemos para o Internacional, voltamos a jogar no 4-5-1. Temos que se adequar ao São Paulo, não vamos jogar contra o mesmo time (Botafogo). Fiquei assistindo aos jogos do Fortaleza, espero deixar o time acima da 16ª posição", declarou.

A vantagem na escolha ainda traz estilos de jogo distintos, que podem resultar em formas de encarar o adversário. Vázquez, que participou de quatro jogos (291 minutos), gosta de conduzir a bola, busca o drible e está adaptado ao 4-2-4. Já Vargas, que tem duas partidas, prefere tabelas, finalizações e gosta de entrar na grande área como elemento surpresa.

O que pesa no sistema é a pouca utilização de um atleta com o perfil centralizado. Dos 22 jogos da equipe no Brasileirão, apenas cinco contaram com um meia. Como prioriza o uso de volantes que têm liberdade na criação, Ceni precisará ajustar a marcação, uma vez que defende taticamente no 4-4-2, tendo dois centroavantes pressionando a saída de bola.

"Penso em montar um 4-5-1, 4-3-3, com três homens no meio-campo, sendo um deles Camisa 10. O problema é que os dois volantes que eu utilizo não têm característica área a área, jogam muito lado a lado, não é como Jean Patrick e Bonilha. Juninho e Felipe funcionam lado a lado, o que é bom para jogar no 4-2-3-1, 4-4-2, não funcionam bem em velocidade. Mas o time ganha mais criatividade. São 10 de características distintas", explicou Ceni. Marlon, que está disponível no elenco, não tem características de armador.