Ceará e Fortaleza podem perder patrocínio da Caixa em 2019

Determinação do Tribunal de Contas da União diz que é "irregular a prorrogação de contratos de patrocínio" de empresas estatais

Mais de 20 clubes do futebol brasileiro, entre eles, Ceará e Fortaleza, podem ter que dar adeus ao patrocínio da Caixa Econômica Federal, presente na maioria das camisas das Séries A e B. Em acórdão, o TCU (Tribunal de Contas da União) definiu que é "irregular a prorrogação de contratos de patrocínio" de empresas estatais, pois os mesmos "não se constituem em serviço de natureza contínua".

Todos os contratos entre Caixa e clubes vencem entre dezembro e abril próximos. Também devem ser afetados contratos com confederações como as de vôlei, desportos aquáticos e atletismo. Desde 2014, os contratos são regulados por uma instrução normativa da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Ali aparece escrito que "para a prestação de contas do patrocínio, o patrocinador exigirá do patrocinado, exclusivamente, a comprovação da realização da iniciativa patrocinada e das contrapartidas previstas no contrato", ou seja, a exposição das marcas.

Desde que a Caixa começou a patrocinar clubes de futebol, em 2013, uma das principais críticas que a estatal recebe é por não apontar claramente os motivos que a fazem patrocinar certos clubes, em detrimento de outros do mesmo torneio, pagando valores bem diferentes entre eles. Bahia e Vitória, por exemplo, têm contrato de R$ 6 milhões, ante R$ 4 milhões para o Ceará. Cruzeiro e Atlético-MG (R$ 13 milhões) ganham mais que Santos e Botafogo (R$ 10 milhões). A Caixa costuma alegar que essas decisões são estratégicas comerciais e que, por isso, não são públicas.

O que dizem Leão e Vovô

O presidente Marcelo Paz, do Tricolor, falou sobre a ação do TCU. "Desde que ela (Caixa) passou a patrocinar o futebol, o valor da marca triplicou. Então, esse viés deve ser olhado também. É um banco que precisa ter performances, chegar nos consumidores e o futebol é um meio que faz com que o banco fique cada vez mais popular". O mandatário alvinegro, Robinson de Castro, também comentou sobre o assunto. "Não conheço quais são as impropriedades, se é que elas existem, ou se são suficientes para mudar uma política da Caixa. Se acontecer, vai acontercer para todo mundo. Ruim é quando acontece só conosco".