Ceará e Fortaleza liberam atletas, mas fazem cartilhas de atividades

Tanto Alvinegro quanto Tricolor dão orientações e montam cronograma para que atletas não fiquem inativos no período de prevenção ao coronavírus

Legenda: Estádios no Ceará ficarão fechados com a suspensão do Cearense
Foto: Camila Lima

A decisão da Federação Cearense de Futebol (FCF) em suspender por tempo indeterminado o Campeonato Cearense, que foi acompanhada também pela CBF, que desmarcou os jogos da Copa do Nordeste, acarretou em uma inevitável decisão dos principais clubes do Estado: Ceará e Fortaleza também suspenderam suas atividades e liberaram os atletas até o fim deste mês. Mas se engana quem pensa que isso significa descanso. Um dia antes, a mesma FCF, junto com os clubes, tinha decidido por continuar o Estadual de portões fechados.

O Alvinegro informou que todas as atividades do futebol profissional estarão suspensas até o dia 30 de março, podendo o período ser prorrogado. No Tricolor, após o treino da tarde de ontem, foi determinada pausa por tempo indeterminado, sem prazo estabelecido para retorno. A medida, que mostra bom senso das diretorias, acompanha a ação tomada pela maioria dos clubes do Brasil.

Mas isto está longe de significar folga para os jogadores. Os departamentos médico, de fisiologia, nutrição e de preparação física formularam cartilhas com orientações aos atletas e elaboraram planilhas de treinos durante a quarentena pelo coronavírus.

A princípio, a orientação dos clubes é básica: que os atletas fiquem reclusos em casa, evitando qualquer tipo de aglomeração e contato direto com pessoas que estão fora do convívio residencial, além do reforço de que, agora, o mais prudente é que ninguém realize nenhum tipo de viagem.

Mesmo assim, será possível manter uma rotina de atividades, alimentação e orientações para que o condicionamento seja mantido.

“Fizemos uma cartilha montada pelo pessoal de preparação física, nutricionistas e fisiologia. Uma cartilha geral e também específicas, para alguns atletas que precisam ter atenção diferente. De tarefas, orientando que lugar seria propício fazer as atividades, orientando alimentações. Não só para os profissionais, mas também pro pessoal do amador”, destacou Robinson de Castro, presidente do Ceará, em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares.

O mandatário alvinegro ressaltou ainda que há preocupação do clube com a saúde do elenco e que os atletas não sejam prejudicados pelo período de campeonatos parados.

“Vamos sempre buscando resguardar a saúde de cada atleta, mas também de uma forma que eles não tragam nenhum prejuízo físico depois, de voltarem acima do peso, ou perderem força, ou algumas valenças. Esse conjunto está sendo analisado e conversado pela nossa equipe que vai passar isso pra eles”.

Tricolor na mesma

No Fortaleza, a situação é semelhante. Os tricolores estão submetidos a orientações sobre a prevenção e cuidados em relação ao contágio do vírus, como também sobre atividades durante todo o período sem jogos oficiais.

“Emitimos a cada atleta uma cartilha, com orientações tanto do departamento médico como físico, fisiológica e nutricional para esse período, para prevenção contra a doença, para evitar locais com aglomeração de pessoas, e que tomassem todas as precauções médicas que foram apresentadas pelo departamento”, afirmou o diretor de futebol, Daniel de Paula Pessoa, destacando que, mesmo assim, o clube seguirá à disposição dos atletas.

“Na medida em que a situação se tornar controlada, e que as atividades retornem normalmente, o clube voltará a chamar esses atletas pra que retomem as atividades físicas. Deixamos à disposição as instalações para que, se eles quiserem durante esse período, participarem de atividades extras, de forma individual, as instalações estarão à disposição”.

Decisão tomada

Sem previsão de retorno, os clubes foram favoráveis à paralisação do Cearense. “Devido aos decretos e ao novo cenário, foi a melhor decisão a se tomar”, disse Robinson.

“Quando houve a reunião ainda não tínhamos decreto do governador. E a gente tem que ser coerente e seguir a linha que a sociedade entende mais adequada”, disse Marcelo Paz, presidente tricolor.