Ceará deve superar o retrospecto como visitante para bater a Chape

Mesmo crescendo de rendimento distante do torcedor, sob o comando de Adilson, o Vovô tem que vencer o time de Condá para afastar o risco de entrar no Z-4 nesta rodada. Permanência na elite exige melhor aproveitamento fora

Legenda: Em confronto na Arena Castelão em agosto, Ceará venceu Chapecoense por 4 x 1
Foto: Foto: JL Rosa

O panorama é um só: o Ceará precisa conquistar nove pontos em seis jogos para escapar de vez da zona de rebaixamento. A conta, que exige 50% de aproveitamento, começa a ser aplicada no domingo (17), quando o Vovô encara a Chapecoense, às 18 horas, na Arena Condá, pela 33ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.

O contexto obriga o time de Adilson Batista a vencer, mesmo fora de casa. Longe da torcida, o desempenho alvinegro é de apenas 16,7%, o que o deixa como 18º pior visitante do Brasileirão. Cenário que deve ser revertido assim que a equipe entrar em campo no confronto de Santa Catarina.

Sem espaço para erros ou experimentações, a reta final pede um comportamento aplicado e agressivo, que supere o que foi apresentado ao longo dessas 16 partidas longe da Arena Castelão, quando o time venceu apenas duas vezes, empatou outras duas e perdeu 12, além de ter marcado 11 vezes e sofrido 21 gols.

O alento existe na troca de comando. Foi com Adilson à beira do gramado que o Ceará fez frente ao Palmeiras, além de ter conquistado um triunfo em Salvador, de virada, diante do Bahia. A injeção de ânimo é reforçada pelo fato do time, com o novo treinador, ter balançado as redes em 75% das vezes que atuou longe do Estado, o que inclui os confrontos com Grêmio e Santos.

No início, é fato, o Vovô se mostrava reativo, até incorporando a postura de três volantes ao ser visitante. O sistema então se tornou o próprio padrão de atuação, que fornece maior consistência e segurança no momento do ataque. O que pode auxiliar agora é a crescente do atacante Bergson, que retorna de suspensão e não desencantou longe dos domínios alvinegros.

O confronto em si já é difícil pelo que foi construído no Vovô ao longo da competição, no entanto, pregar cautela é interessante como forma de vencer a partida. Na vice-lanterna, com 22 pontos, a equipe alviverde tem no duelo a última chance de escapar do 1º rebaixamento - a probabilidade de descenso é de 99% segundo o departamento de matemática da Universidade de Minas Gerais (UFMG).

O treinador Marquinhos Santos indicou uma escalação com três atacantes (Roberto, Henrique Almeida e Everaldo) e dois meias (Vini Locatelli e Camilo). Desta forma, a estratégia será se lançar ao ataque a todo instante, o que deixará brechas a serem exploradas.

Os índices do time também sugerem que o Vovô pode colocar a torcida contra os donos da casa a depender da maneira como se comportar dentro de campo, podendo inclusive elevar a pressão do rival. A Chapecoense é o 2º mandante com menor aproveitamento totalizando apenas 22,9%, com duas vitórias em 16 partidas, sendo a última há dois meses contra o Avaí.

Confrontos diretos

O desempenho fora é a chave do Ceará para a permanência na elite nacional. Na última sequência, o Vovô ainda faz três jogos como visitante (Chapecoense, Flamengo e Botafogo), além de três com apoio da torcida (São Paulo, Corinthians e Athletico-PR).

Outro fator que ascende a relevância do jogo é a quantidade de confrontos diretos na parte de baixo da tabela nesta rodada, a maior até o encerramento do torneio. Jogam Vasco x Goiás; Cruzeiro x Avaí; Fluminense x Atlético-MG; Fortaleza x CSA, além do próprio Chapecoense x Ceará.

O Vovô ocupa a 15ª posição, com 36 pontos - a mesma pontuação do Botafogo, mas número de triunfos inferior: 10 contra 11. A distância para o Z-4 é de apenas dois, o que permite a entrada na zona em caso de revés em Condá.